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sexta-feira, 4 de junho de 2010

AVON CHAMA !

Quem viveu nos anos 1950/60/70 há de se lembrar desses reclames... Onde sempre se via uma revendedora de produtos da Avon tocando a campainha de uma casa. E foi assim, de porta em porta, e com o slogan: "Avon Chama", que se consolidou no mundo inteiro, o sistema de vendas diretas no setor de cosméticos. Portanto, a história da Avon não existiria sem a venda direta, assim como a venda direta não existiria sem a Avon.
Eu adoro contar estórias... (quem me acompanha por aqui, sabe disso.) Então vou direto ao ponto, contando logo - e do meu jeito - a trajetória da Avon... Tudo começou quando um jovem de 20 anos, David McConnell, iniciou sua carreira comercial vendendo livros de porta em porta. E para agradar sua clientela, passou a distribuir pequenos brindes, entre eles um pequeno frasco de perfume que um amigo seu, farmacêutico, produzia. Sua intenção era fazer com que as pessoas aceitassem ouvir sua apresentação, pois não era tão bem recebido quando oferecia os tais livros de porta em porta na cidade de Nova York. E para sua surpresa, ele acabou percebendo que o perfume fazia muito mais sucesso que os livros. Foi aí então que ele descobriu o “mapa da mina” meu bem... O sucesso de seu negócio estava atrelado a grande aceitação dos produtos de perfumaria e a eficácia do sistema de venda porta a porta.
Chocado e absurdamente feliz com este enorme potencial de mercado, o até então vendedor de livros McConnell, mudou de ramo bem ligeirinho... (gico! Ele não era bobo nem nada...) E fundou, em 1886, a California Perfume Company (CPC - Companhia de Perfumes da Califórnia), com foco voltado para vendas em domicílio. O “abençoado” começou de forma tímida, num espaço bem pequeno, alugado no centro de nova York. Sozinho, ele passou a produzir os perfumes; exercer as funções de administrador, vendedor, caixa, despachante, correspondente e... “Boy”! A partir de então, vendo que não ia dar conta do recado sozinho, convidou uma velha amiga, a viúva Florence Albee, para ser a primeira revendedora de sua nova empresa e vender a “primeiríssima” coleção de perfumes “Little Dot”, com cinco fragrâncias apenas: Violet, White Rose, Heliotrope, Lily-of-the-Valley e Hyacinth. Engraçado... Eu não sei por quê, mas sempre escuto falar que todo perfume que se presa - francês ou não – tem sempre um “Q” de frescura explícita atrelada ao nome... Bom, sei lá! Mas enfim, frescura é o que não poderia faltar – também - na primeira coleção da futura Avon. Penso: O que dizer então do perfume de Andiroba e/ou Priprioca da Natura? Vixe! Essa é uma outra estória...
As revendedoras da AVON eram (e acho que ainda são!) premiadas com bonecas e medalhas. As bonecas - em porcelana inglesa - eram uma homenagem a primeira revendedora da Avon : A viúva   Florence Albee. As bonecas retratavam a Senhora Albee em diversos momentos e épocas, sempre elegantemente vestidas.
Alguns exemplares dessas lindas bonecas... Elas não se repetiam! Eram confeccionadas a ano a ano...   
 Prêmios para àquelas que mais se destacaram durante o ano nas vendas. 
Essas "bonecas/troféus" da Avon são disputadíssimas por colecionadores.
Bom, continuando a História... Durante seis meses a senhora Albee foi a única funcionária da empresa. Viajava de trem ou a cavalo para vender os tais produtos. Somente depois é que teve a brilhante idéia de convidar outras mulheres para compor o primeiro grupo de revendedoras da história da Avon. A partir de então foi implantado um sistema típico e pioneiro em vendas domiciliares de cosméticos. As revendedoras eram treinadas para exibirem os produtos, conversar, fazer charm, caras e bocas e finalmente, vender os produtos as donas de casa . O bom de tudo isso, foi o desenvolvimento de uma atividade comercial, independente e lucrativa para as mulheres. Pois em pouco tempo esse sistema de vendas apresentou resultados surpreendentes.
E vale lembrar caríssimos/as... Que o sistema de vendas porta a porta começou a mudar discretamente o papel das mulheres no mercado de trabalho. Uma vez que naquele tempo - e em todo o mundo - não havia campo específico de trabalho para as mulheres. As funções femininas eram unicamente maternas e domésticas. Elas não eram ouvidas, não tinham voz ativa nas decisões e não tinham direito ao voto.
Sim! E o nome Avon, como surgiu? Eu, antes de pesquisar sobre a marca, pensava que a palavra AVON vinha de um trocadilho com a palavra NOVA. Porque se escrita ao contrário, a palavra NOVA, vira o termo AVON. Sei lá... Bobagem! Pensei isso uma vez que a empresa fabrica “cremes e cremes” para deixar as mulheres cada vez mais NOVAS (...SAVON!). Na verdade, a empresa foi re-batizada com o nome Avon em 1939, e foi uma singela homenagem a William Shakespeare, escritor nascido na cidade inglesa de Stratford-on Avon, de quem McConnell, um amante da literatura, era grande fã. Simples assim.... he,he,he.
Propagandas das décadas de 50/60.
Na década de 50, com o crescente sucesso dos perfumes Avon, a empresa resolveu expandir seus negócios e se espalhou rapidamente pelos cinco continentes. Na mesma trajetória de outras grandes empresas, a Avon deixava de ser apenas uma empresa multinacional para se transformar em uma organização global.
Os produtos Avon - finalmente - aportam no Brasil.
A empresa Avon chegou ao Brasil no final dos anos 50, mas precisamente no dia 06 de agosto de 1959, com a sede na cidade de São Paulo. Tudo começou com a publicação de um anúncio no Suplemento Feminino do jornal Diário de São Paulo, e causou frisson geral. O texto dizia:

“Oportunidade às donas de casa. Para a senhora, que quer acrescentar dinheiro ao orçamento doméstico! Trabalhando apenas 4 horas por dia, representando AVON Cosméticos em seu bairro, a senhora terá uma excelente oportunidade de ganhar mais! Nós a treinaremos. Marque entrevista pelo telefone 36-7201 - São Paulo”.

O anúncio fez enorme sucesso e, desde então, a força de vendas no país só aumentou, espalhando-se – indiscutivelmente - para todos os estados brasileiros.
Se você foi criança, adolescente, adulto ou qualquer outra coisa nas décadas de 60/70 e/ou início dos anos 80, certamente há de se lembrar, ao menos de um, desses produtos da Avon... Impossível esquecer esses frascos de perfumes tão, tão, tão... “De-co-ra-ti-vos”! Digamos assim.
Incrível! Mas vender Avon na década de 70 - pelo menos na minha cidade – virou moda. Sério! O que era de moça andando para cima e para baixo com o catálogo da Avon preso no sovaco. Humm! Uma febre... Na época não se escutava falar em Natura, só Avon. E os catálogos Avon vinham cheios de frascos – originalíssimos - contendo perfumes, xampus e sabonetes. Cada um de um jeito, formato, cheiros e cores diferentes... Era de “endoidar” a cabeça da mulherada, principalmente as menos desavisadas... Isso sem falar nas crianças, que gostavam mais do frasco do que do produto em si...
Geeente! Vocês não têm noção da diversidade dos frascos que a Avon de outrora, oferecia... Coisa de louco mesmo! Hoje não existem mais esses frascos expostos nos catálogos... Foram taxados de “bregas” ao cubo com direito a raiz quadrada e tudo o mais. Aos olhos de hoje, é verdade! São bregas mesmo. Mas era uma tendência da época meu bem... Fazer o que? Atualmente eu os vejo com “ saudosismo” e dentro de um contexto nostálgico/retrô... E sem culpa!
Dia dos namorados era de “praxe” dar alguma coisinha da Avon. Fosse o que fosse, tinha que ser da Avon. Particularmente nunca recebi presentes da Avon no dia dos namorados... Pudera! Era um moleque - na época - para dar e receber presentes... Mas bem que eu queria ganhar esses perfumes...
Dizem as más línguas que o tempo passou (124 anos !) e a coitada da Avon continuou Brega... Tu acha? Durante as décadas de 70/80/90 os produtos da Avon só atingiam o publico C e D, mas de uns tempos para cá a Avon se modernizou e investiu em tecnologia meu bem... Chegou até a desenvolver duas fragrâncias para a francesa Christian Lacroix.
Na minha cidade – interiorzão do vale do pajeu - “arrudiar” a praça cheirando a produtos da Avon era o máximo! E toda noite era a mesma coisa... Um sobe e desce sem fim! E quando os caminhos se entrecortavam, os rapazes sentiam logo o cheiro:
- Hummm! Fulanininha tá usando Sweet Honesty da Avon... Cherôoooooooosa!

E quando do contrário:
-Vixe Maria... Eca!!! Quero o que??? Fulaninho tá usando desodorante e perfume Contouré Limão... Dispenso!
Ps:kkkkkkkkkk... Brincadeira! Mas essa vai para Gilson Marques (Gilson de Gera).
A linha infantil era super alegre e colorida. Tinha “bichinhos” de todo o tipo... Lembro que tive uma escova igual a essa, na forma de uma girafa. A do meu irmão era no formato de um coelho.
Os frasquinhos “de-co-ra-ti-vos” dos perfumes da Avon podem até serem tachados de “brega”... Mas que eram bonitinhos... Ah, Isso eram! E tinham um certo “charm” pra época... Olhem direitinho!
Fragrâncias da Avon que marcaram essa época... Spicy, Wild Cowntry After Shave, Diamante, Charisma, Safira, Wild Musk, Toque de Amor, Topaze, Sweet Honesty, Regence, Classic, Blue Lotus, Excalibur, Timeless… Enfim, foram tantos os perfumes fusionados as inúmeras lembranças, que até mesmo o tempo por vezes me trai... Se lembrar de mais algumas, postarei depois...
O meu pai adorava os perfumes da AVON. Não só ele,  meu avô materno também. Ambos ganharam essa chuteira : "Just for kicks"
E os carrinhos? Nossa! Disputa acirrada entre irmãos para ver quem fica ou não com os frascos secos. 
Quando se aproximava a época do dia dos pais, o catálogo vinha repleto de perfumes com designe e fragrâncias tipicamente masculinas. O meu pai cansou de ganhar perfumes neste estilo... Mas nunca ligou para o frasco! Eu e meu irmão é que fazíamos a cabeça dele... Aproveitávamos a chance para fazer com que ele encolhesse os perfumes de carros, motos, bichos e etc... O perfume da Avon que ele mais gostou de ganhar, foi uma chuteira, cuja fragrância era: Spicy! Saudades...
Esse trio!!!!
Esse era um trio parada dura! Quem nunca escutou falar do perfume CHARISMA? E do perfume TOPAZE? Não vai me dizer que não se lembra do TOQUE DE AMOR? Ah! Me poupe... Se não lembrou, é porque não vivenciou o lado “B” da vida meu bem. Esse trio “incendiava” os salões de festa nas décadas de 60/70. Perfumes de cheiro forte, é verdade! Mas eram (e ainda são) perfumes de mulher guerreira! Somente as corajosas ainda usam (rs!). Confesso que nunca mais senti o cheiro desses perfumes, mas sei que ainda estão no catálogo da Avon. São perfumes clássicos meu bem... Clássicos!!! Possuem tradição, requinte e respeito.
Tinha também os sabonetes que de tão bonitinhos que eram, dava pena de usar. Ficavam ali, guardados ou enfeitando a penteadeira, até um dia perderem o cheiro.
A criançada ficava maluca com esses carrinhos. Era até um pecado a Avon colocar esses carrinhos cheios de perfumes nos catalógos... Pois os guris ficavam malucos, esperniando e arrancando os cabelos para as mães comprarem... Eu e meu irmão camilo, éramos dois desses guris!
Lembro de uma amiga de minha tia que colecionava essas bonequinhas. 
 E essa botinha?  Sinceramente... 
Eu já recebi de presente um cisne desses... Pra mim era uma pata com uma coroa da cabeça...
Era bastante comum encontrarmos essa carruagem enfeitando centros e penteadeiras... 
Sempre achei essas bonequinhas um luxo!
Esse sino, depois de seco, acabava no centro da sala.... Pode?
Perceberam o destino dos frascos (secos) dos perfumes da Avon, né? Esse mesmo que vocês estão vendo à cima... Depois de usados, os frascos serviam para decorar estantes, centros, bufês, criados mudo, escrivaninhas, penteadeiras... Eu lembro de uma carruagem de vidro enfeitando a televisão de minha casa (Jesus!!!). E o que é pior! Para dar aquele “colorido” todo especial ao frasco – agora vazio – as mulheres enchiam o vidro seco com K-suco de uva, morango, abacaxi, laranja... Contanto que combinasse com a cor do bico ou da cianinha que arrematava o paninho ou a toalha da mesa... He,he,he. O fim!!!
Sweet Honesty
Quem nunca usou "Sweet Honesty" na adolescência, não vivenciou os anos 70. 
Essa tampinha em forma de pêssego fez história? Ou seria uma maça?! 
Geeente! Não tem nada que me lembre mais os produtos da Avon do que esse perfume e essa tampinha no formato de um pêssego. Todas as amigas da minha irmã possuíam um perfume assim, com essa tampa.  E por incrível que pareça, ela ainda guarda essa tampinha na sua estante de “bugingangas”... Outro dia eu vi. Eita que saudades de mim e de mais um monte de outras  coisas!!!

domingo, 23 de maio de 2010

MENUDO, TPM, COISAS & TAL...

Foi exatamente esse o conteúdo do bilhete deixado - dentro - da minha apostilha de Biologia... Inacreditável! Como pode um namoro de dois anos, cinco meses e três dias acabar assim, do nada: PLUFT!. E o pior, sem explicação nenhuma. Ela só podia ta doida! Fui ter com ela nos corredores da escola, lógico! Então...

- Nem pense em se aproximar de mim... Se der mais um passo, eu faço um escândalo.
- Mas Tetê, eu...
- A-N-A T-E-R-E-S-A!!! Meu nome é Ana Teresa. Só quem me chama de Tetê é minha mãe, que me pariu, e meu pai que me sustenta. E você não é ninguém!
- Meu Deus! Que foi que eu fiz?
- Naaaada! Vocês homens nunca fazem nada... Uns “santo”!!!.
- Peraí...
- Peraí o quê? Você apronta e depois quer se explicar... Pra mim A-C-A-B-O-U. Isso foi a gota d’água. Nunca pensei...
- Mas...
- Mas, uma pinóia! Fique calado. Num sabe escutar não é? Que coisa! Ainda não terminei de falar... Nunca pensei que um dia você pudesse fazer um negócio desses comigo...
- Mas o que foi que eu fiz?
- Quer mesmo saber? Quer? Pois eu digo: Como é que você foi capaz de permitir que eu fosse para o Show dos Menudos com minhas amigas... Eu que não era “neeem - tããão - fãããã”, assim, deles.
- Como não? Tinha tudo deles... Álbum de figurinhas, pôsteres, revistas, camisas e todos os LPs...
- Engano seu... Não “me” reprima! Você é que NUNCA foi suficientemente inteligente para perceber que eu só gostava dos Menudos por sua causa.
- Como é ?
- Isso mesmo! Só gostava dos Menudos porque achava o “Charlie” a sua cara. E também, porque ele era o “menos” Gay dos cinco...
- Agora você me ofendeu...
- Ofendi nada. Você jamais, em momento algum, poderia ter permitido que eu fosse aquele show...
- Mas o que foi que aconteceu lá?
-Você é realmente um insensível... Um incapaz! Não sabe compreender uma garota de dezesseis anos... (lágrimas, lágrimas e lágrimas).
- ?????????
- E sai pra lá... Não preciso do seu consolo.
- Peraí...
- Peraí, Peraí, Peraí... Só sabe dizer isso é? Ôxe! O problema meu filho! É que você não poderia ter deixado que eu fosse para o show dos Menudos, e pronto. Só isso!
- Eu ia fazer o que então?
- Sei lá... Fizesse alguma coisa! Me impedisse; me trancasse; me amarrasse...
- Tu ta ficando é doida, visse...
- Doida? Eu tô é cansada dessa tua carinha de Menudo. Se fosse outro, dava uns gritos em mim, e pronto. Proibia-me de ir e tava acabado. Mas nããão!!! Concordou na hora, sem nenhuma resistência.
- Agora você endoidou de vez...
- E ainda tem mais... Tive que ir ao Show dos Menudos com uma espinha gigantesca bem no meio da minha testa. Um castigo!
- Posso falar?
- Ainda não! Num terminei... E quer saber por que tenho todas essas espinhas no meu rosto? E porque hoje a minha cara esta toda marcada, esburacada, monstruosa... Um horror! Por sua causa. A culpa é sua...
- Minha?
- É sim. Já esqueceu foi? De todas as caixas de chocolate que você me deu nesses dois anos, cinco meses e três dias de namoro? Quinze! Foram quinze caixas de chocolate! E tenho a prova disso, ta. Guardei todas... Seu monstro!.
- Monstro?
- É, e o mais feio de todos. Vai dizer que nunca se olhou no espelho? Monstro, monstro, monstro e monstro... Não tem mais nada de Charlie do Menudo. É um Pedro de Lara!!! Você é um monstro e quer me transformar numa “monstra” também, me enchendo de chocolates...
- Mas num era você que vivia dizendo que adorava ganhar chocolates?
- Ah, são os comerciais de TV que coloca esse tipo de coisa nas nossas cabeças. E você - feito besta - é o primeiro a acreditar. Li na CAPRICHO desse mês que chocolate, refrigerante e brigadeiro são os maiores inimigos das adolescentes... Ve-ne-nos! Tu não achas?
- Eu acho que...
- Não precisa nem terminar de dizer a frase. Já entendi tudo... Sua opinião é igual à de todos os namorados das minhas amigas. E sua opinião pra mim, não vale um tolete de “bosta”. Pois fique você sabendo que eu NÃO vou abrir mão de comer meus brigadeiros, só porque você acha que tenho uns pneuzinhos do lado...
- Eu não disse isso...
- Mas pensou! Dá no mesmo...
- ?????????
- E outra coisa, não existe mulher sem “pneuzinho” neste mundo. Eu vi as fotos da Angélica de biquíni na praia com o César Filho e a primeira coisa que observei foi um pneu enoooooome. Tipo pneu de trator! Sabe como é né...
- Sei...
- Sabe nada... Ah! Lembrei de uma outra coisa. Não me dê NUNCA mais essas blusinhas de alça, folgadas na cintura. Vou entender como uma afronta, um desaforo... Sei que tenho minhas gordurinhas localizadas e não precisa ser sutil pra me lembrar... Eu te mato se você me der novamente uma blusa dessas. Fale a verdade agora! Eu estou ou não estou gorda?
- (Silencio Total! E quem é doido de responder?)
- O seu silêncio já disse tudo. Ficou caladinho desse jeito porque sempre me achou gorda. Imensamente gorda... Uma baleia! Eu sabia... ( lágrimas, lágrimas e lágrimas...)
- Posso falar agora?
- NÃO! É que pra vocês homens é tudo muito simples. Basta um Jeans Staroup fubento, uma camiseta Hering e ninguém repara. Eu saio com um fio de cabelo fora do lugar, e a escola toda percebe... E imagina, eu, agora? Gorda desse jeito... Não tenho uma roupa que preste. Nada me cabe, e eu não caibo em nada. O meu guarda roupa esta TODO perdido... (lágrimas, lágrimas e lágrimas).
- (silêncio novamente).
- Vai falar nada não é?
- Posso?
- Pode...
- Mas meu amor, pior são as mulheres da Etiópia. Coitadas! Que nem um “molambo” possui para vestir. E com a quantidade de roupa que você tem, dá pra montar um brechó...
- Eu não acredito no que acabo de escutar de sua boca! Lá vem você com suas comparações estúpidas. Pode parar... Essa doeu na alma! Só pode ser uma provocação de sua parte. Mulheres da Etiópia e Eu? Ou melhor, as mulheres miseravelmente magras da etiópia e as mulheres absurdamente gordas do Brasil, por acaso, EU... Foi isso que você quis dizer né? Ta satisfeito agora... Quanta insensibilidade!!! (lágrimas, lágrimas e lágrimas).
- Agora lascou... Fudeu!
- Porque, me diga? Porque você permitiu que eu fosse ao show dos Menudos? Se você gostasse um pouquinho de mim, não teria deixado. Porque? Seu insensível, bruto, estúpido, nojento, asqueroso, abominável, odioso, baixo, desprezível...
- ( Psiuuuuuuuuuu... Silencio!Ninguém responde.) Fuiiiiiiiiiiiiiiiiiii.

sábado, 8 de maio de 2010

O DIA DAS MÃES E AS FESTINHAS NA ESCOLA.

Quando ia se aproximando o mês de maio nas escolas - ou melhor - nos “Grupos Escolares” da década de 70, era sinal de que as “festinhas” em homenagem ao “Dia das mães” teriam que acontecer. Daí as professoras entravam em alvoroço total. O clima na escola era de festa, preparação e ensaios. A meninada se ouriçava... E o rebuliço era geral! Haja cartolinas coloridas para fazer os painéis e os cartazes; papel crepom na cor vermelho/carmim/paixão para fazer os coraçõezinhos, os frufrus e as coisas e tal; hidrocores; pincéis pilot; tintas; tesouras; colas e recortes de revistas. E sem falar nas lembrancinhas artesanais que eram feitas pelos próprios alunos: Flores de papel recortadas e pintadas com tinta guache, caixinhas trabalhadas, potinhos de barro pintados à mão, crucifixos e cinzeiros confeccionados com palitos de fósforos e/ou de picolés... E os brindes sorteados? Todos! Eram apetrechos para co-zi-nha: Panos de prato com estampas de flores, verduras, frutas e/ou com os dias da semana pintados com tintas acrilex para tecidos (rs!). E mais, colher de pau, conjuntinho para temperos, potinhos e produtos de plástico da marca "Flexa Carioca" (produtos da tapawere?! Nem pensar meu bem... Caríssimos!). Quando muito, sorteava-se uma caixa com cinco sabonetes Lux ou um "kit completo" Alma de Flores (sabonete, desodorante e talco). Não era o máximo tudo isso?
Geeeente! E no dia dos ensaios para a apresentação? Um inferno! Era tanta da criança amontoada num só lugar; atropelando-se umas com as outras que dava a impressão de ser uma pequena revolução infantil. Sério! Um motim de crianças desesperadas. Rebentos do antigo primário... Sabe como é, né? A maioria desorientada por vida e à mercê das expectativas “artístico/dramáticas” impostas e/ou sugeridas pelas tias professoras. Oh Deus! Coitadas dessas mestras do saber. Verdadeiras heroínas da boa vontade que davam o sangue para que tudo saísse a contento. Semanas de ensaio e muito “aperreio”... Ensaiavam exaustivamente as falas, os gestos e os passinhos. Treinavam as crianças num dia e quando chegava no outro... Santa paciência! Parecia que nada tinha sido ensaiado. Tudo e-s-q-u-e-c-i-d-o! As crianças de repente - do nada - ficavam mudas, duras e empancadas sem querer mais sair do lugar. E a letra da música que foi ensaiada durante horas a fio? Nossa! Criança nenhuma lembrava mais... E quando lembrava, cantava de trás pra frente. Tinha os meninos “vexados” que se adiantavam e misturavam os passos. Meninas amostradas roubando a fala das outras... E a partir daí vinham os choros, as manhas, os gritos, puxões de cabelo, confusões, brigas... Enfim, um delicioso “purgatório escolar” para nossas professoras.
Finalmente era chegado “O Grande Dia”... Ensaiadas, adestradas, domesticadas ou não, as crianças teriam que se apresentar de qualquer jeito. Nada tiraria o brilho da festa do “DIA DAS MÃES”. E tudo sempre ficava organizado no final. O pátio interno da escola ficava repleto de cartazes produzidos pelos alunos. Cada um com uma frase diferente enfatizando os atributos maternos. Na maioria deles reforçava-se a ideia de que a mãe seria para sempre “UMA ETERNA RAINHA DO LAR”.

Aqui pra nós, uma visão extremamente machista que limitava as mulheres apenas à condição de casa/sala/quarto e cozinha... Mas isto é uma outra estória. Estórias do século passado. Rs!
Bom, as mães dos alunos já chegavam emocionadas na festa, como também, “preparadíssimas” para chorar horrores. Não era novidade alguma para elas que a "emoção" iria tomar conta de tudo e reinar absoluta. Já sabiam! E para tanto, traziam consigo lencinhos dentro da bolsa. E enquanto a festa não começava, elas permaneciam sentadas escutando pelo sistema de som (a cada cinco minutos) a quarta música do lado B do “Long Play” de Agnaldo Timóteo, intitulada: “Mamãe estou tão Feliz”, de autoria do próprio. Eis a letra:

"Mamãe estou tão feliz./ Por que voltei pra você./Alguma coisa me diz./ Que hoje eu volto a viver./Penso feliz ao seu lado./Viver distante por que./Mamãe só pra você eu cantarei Agora./ Mamãe a solidão foi para sempre embora./Essas palavras de amor que./ Digo nesta canção./Creia mãezinha querida. /Nascem no meu coração./Mamãe a chama viva que me aquece é você./Toda minha vida./Eu só desejo ao seu lado viver./Sinto tremer sua mão./E a voz cansada falhar./Ao me fazer um carinho mamãe./Numa canção de ninar./ Sua cabeça esta branca./ Mais há luz em seu olhar./Mamãe só pra você eu cantarei. Agora./Mamãe a solidão foi para sempre embora./Essas palavras de amor que digo nesta canção./Creia mãezinha querida. /Nascem no meu coração./Mamãe a chama viva que me aquece é você./Toda minha vida./ Eu só desejo ao seu lado viver."
Sentiram o clima do local né? Impossível descartar a possibilidade de não chorar. Mas a festa só começava depois do discurso da diretora, da vice, da supervisora... E se deixassem, até a tia da cantina queria discursar também. Afinal de contas, era o dia delas. Dia de todas as mães do mundo. Depois dos discursos e antes das apresentações principais, eram eleitas as cinco melhores redações da escola. O tema da redação? Ora! Nem preciso dizer (rs!). Então, cada aluno ia lá à frente, lia nervosamente sua produção e depois corria para abraçar emocionado/a sua mamãe. Confesso: Por “duas” vezes estive neste lugar. Eu era metido mesmo! Fazer o que?
Mas a festa só estava começando. Logo após as redações premiadas, era a vez do coral formado por meninos e meninas da terceira série. Com direito a “passinhos” e gestos afetuosos. O “show” era o seguinte: Todos os alunos entravam com as mãos para trás (escondendo uma flor). Depois se posicionavam de frente para a plateia e começavam a cantar a música “Flor Mamãe”. E exatamente na hora em que se falasse a palavra “flor”, dar-se-ia um passinho para frente e - num gesto de mão “inesperado” (rs!) - seriam ofertadas as flores para as mães... E de forma alternada, entre um passinho e outro, a meninada ia se esgoelando a cantar:

“Andei por todos os jardins,/ procurando uma flor pra te ofertar. /Em lugar algum eu encontrei, /a flor perfeita pra te dar./ Ninguém sabia onde estava,/ esta flor, mimosa perfeição... /Ela se chama flor mamãe, /E que só nasce no jardim do coração. /Ennfeitaaaaaaaaaa nossos sonhos,/ peerfumaaaaaaaaaa nossa ilusão...”
Ao terminar a música, era mãe chorando pra tudo quanto era lado. E um verdadeiro festival de funga-funga tomava conta do recinto. E mais, tinha diretora que era perversa. Apelava mesmo! Massacrava as pobres mães. Normalmente colocava o aluno mais “entoadinho” da escola para cantar adivinhem o que? A música “Coração de Luto” de Teixeirinha. Pode? Essa era pra matar mesmo! E pra quem não se lembra dele, Teixeirinha era um cantor gaúcho que teve a mãe queimada no fogo. O cúmulo do sofrimento... A música era uma tristeza só, ei-la :

"O maior golpe do mundo/Que eu tive na minha vida/Foi quando com nove anos/Perdi minha mãe querida/Morreu queimada no fogo/Morte triste dolorida/Que fez a minha mãezinha/Dar o adeus da despedida/Vinha vindo da escola/Quando de longe avistei/O rancho que nós morava/Cheio de gente encontrei/Antes que alguém me dissesse/Eu logo imaginei/Que o caso era de morte/Da mãezinha que eu amei/Seguiu num carro de boi/Aquele preto caixão/Ao lado eu ia chorando/A triste separação/Ao chegar no campo santo/Foi maior a exclamação/Taparam com terra fria/Minha mãe do coração/Dali eu sai chorando/Por mãos de estranhos levado/Mas não levou nem dois meses/No mundo fui atirado/Com a morte da minha mãe/Fiquei desorientado/Com nove anos apenas/Por este mundo jogado/Passei fome passei frio/Por este mundo perdido/Quando mamãe era viva/Me disse filho querido/Pra não roubar, não matar/Não ferir, sem ser ferido/Descanse em paz minha mãe/Eu cumprirei seu pedido/O que me resta na mente/Minha mãezinha é teu vulto/Receba uma oração/Desse filho que é teu vulto/Que dentro do peito traz/O seu sentimento oculto/Desde nove anos tenho/O meu coração de luto.”
Depois de mais essa tortura... Um mar de lágrimas inundava o pátio interno do Grupo Escolar. “Tsunamisava” tuuuudo! Tinham mães que passavam mal de verdade. E que de tão nervosas e descontroladas, iam pra garapa (água com açúcar) ou para o k-suco mais doce que tivesse no momento (o mesmo que seria servido na hora do lanche junto com o bolo). Eu próprio já presenciei mães estéricas, urrando, chorando alto e sem controle algum... Vexame total! Mães que acabavam assustando as crianças de tão exageradas que eram. A emoção que tomava conta do momento era tanta, que se “COSTINHA” estivesse por lá e recitasse: “batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão...” Elas iriam chorar e se emocionar do mesmo jeito... Ah! Essas nossas mães tão amadas e tão exageradas (rs!).
Havia dois momentos que jamais podiam faltar numa festa em homenagem ao “Dia das Mães”. Eram os momentos mais esperados durante as apresentações. Um, era o “DRAMINHA” meloso e triste que era encenado ali mesmo. Na maioria das vezes contava a história de duas meninas. Uma era “póbi, póbi, póbi de marré, marré, marre...” E sequer tinha uma “calunga” de plástico para brincar. No entanto, possuía uma mãe “viva” em casa. A outra menina era “rica, rica, rica de marré decê...” Tinha a coleção completa das bonecas Susi, mas a mãe tinha morrido. Lembro que era uma mistura de drama, cantiga de roda e lamentos infantis. Moral da estória: “Quem tem mãe possui o maior tesouro do mundo”. Isso é uma verdade.
O outro momento esperado pelas mães era a coreografia apresentada pelas meninas da quarta série. Elas vestiam saínhas (plissadas) azuis, combinando com os congas, também azuis. “Colant” branco e cabelos amarrados com marias-chiquinhas bem à cima da cabeça. A coreografia era simples e bem ensaiada. As mães ficavam admiradíssimas quando as filhas rodopiavam, rodopiavam e... De repente, PLAFT! Abriam uma "escaaaala" bem no meio do salão. Era de fazer inveja as "mulé" do circo... "Ohhhh!!! Tão novinhas e tão flexíveis". Eram aplaudidas de pé. E a música da coreografia - mais uma vez - era do “Rei das Mães”, Agnaldo Timóteo. E dizia assim:

“Mamãe, mamãe, mamãe /Tu és a razão dos meus dias /Tu és cheia de amor e esperança/ Mamãe, mamãe, mamãe /Eu cresci e o caminho perdi. /Volto a ti e me sinto criança /Mamãe, mamãe, mamãe /Eu te lembro de chinelo na mão /De avental todo sujo de ovo /Se eu pudesse/ Eu queria outra vez, mamãe./Começar, tudo tudo, de novo.”
Confesso que Agnaldo Timóteo - o tempo todo e todo o tempo – devia dar nos nervos de qualquer cristão. Minha mãe, que sempre trabalhou fora, não simpatizava muito com essa música e nem com a idéia de atrelar à imagem das mães a “um avental todo sujo de ovo...” Mas tinha mães que se viam tal qual a música. Sentiam-se “Rainhas do Lar” no sentido literal da palavra. Era uma questão de dom, uma dádiva de Deus ser apenas e tão somente, donas de casa... Atualmente as mães se transformaram, é verdade. Tiraram o avental e finalmente fugiram do “borralho”. E ao descobrirem o caminho da rua, passaram a enxergar que podiam ser independentes e provedoras também! Uma maravilha tudo isso, né não?
Mas meu bem... Nem tudo é passível de mudanças numa mãe. Tem uma coisa que em "mães" nunca se muda. Até mesmo o tempo reconhece sua insignificância... Falo do AMOR MATERNO! Esse é um dom de verdade, que resiste ao tempo e as mudanças. Portanto, O AMOR DE MÃE É ATEMPORAL ! Somente ele, O AMOR DE MÃE, atravessa gerações, gerações e gerações... Permanecendo i-m-u-t-á-v-e-l! E para as mães contemporâneas e antigas, jovens e senhoras, típicas e descoladas, agitadas e quietas, presentes e ausentes, intransigentes e frouxas, ciumentas, de todas as raças, cores e credos, fica a minha sincera homenagem. E que o Dia das Mães seja - SEMPRE - E que vá muito mais além do que o consumismo dessa data.
Dedico esta postagem especialmente a Minha Mãe, Minhas Irmãs, Minhas Tias e a Minha Amiga Lusa Vilar Piancó. Exemplos de mães que com certeza, foram muito mais além do que um simples avental sujo de ovo.

terça-feira, 27 de abril de 2010

O SERIADO - VIAGEM AO FUNDO DO MAR

Esta série marcou minha infância e a de muitas crianças no início da década de 70. “VIAGEM AO FUNDO DO MAR”, (Voyage to the Botton of the Sea) este foi o nome que a série recebeu aqui no Brasil. Foi exibida originalmente nos Estados Unidos entre 1964 a 1968. Num total de 110 episódios, dos quais 32 foram produzidos em preto e branco (1964-1965) e os outros 78 restantes, coloridos. No Brasil, foi apresentada no início dos anos 70 pela saudosa TV Tupi. Somente depois é que passou a ser exibida por outras emissoras.
A série contava a história de um submarino futurístico, atômico e nuclear (algo ultramegamoderno para época) conhecido como Seaview. Havia sido construído (a princípio) para ser um submarino de investigação marinha. No qual iria se desvendar os mistérios das profundezas oceânicas. Mas por se tratar de um projeto americano, acabou sendo requisitado – também - para fazer missões secretas de interesses militares. Algo assim: Combater as “forças subversivas” que ameaçavam a paz mundial. Sei...
E os enredos estavam quase que “declaradamente” ligados a Guerra Fria e seus conflitos. Como eu era uma criança alienada na época, nem percebia que os chamados “impérios hostis” e “os monstros do mar”, presentes nos episódios, eram nada mais nada menos que a URSS e seu exército vermelho... Epa! Parou. Pois se eu continuar criticando a ideologia persecutória americana vou looooonge meu bem. E termino por esquecer de falar do seriado. Rs!
Eu adorava aquelas histórias “exageradas” de perigo nos oceanos. Um monte de mentiras! Mas eu não queria nem saber.... Vibrava todos os dias com o que via em preto e branco na telinha. E que ninguém me pertubasse na hora do seriado, senão...
O sub-voador era um mini-submarino bem bonitinho... Todo amarelo onde cabiam apenas duas pessoas. Sua maior característica era de poder estar tanto nas profundezas do mar, quanto na imensidão dos céus. A gurizada vibrava quando aquele mini-submarino saia de uma fenda que se abria por baixo do Seaview. Era o máximo.
Os episódios da série mostravam tramas – deliciosamente – absurdas. Enredos que beiravam o bizarro de tão inacreditáveis que eram. E todas as semanas contavam-se as aventuras do Seaview, e de tudo o que acontecia durante suas missões. E nessas viagens apareciam de tudo mesmo! Desde monstros terríveis, sereias, alienígenas, terroristas, lobisomens e criaturas gigantescas.
O Submarino Seaview foi construído na Filadélfia, numa base secreta de investigação marinha conhecida como N.I.M.R (Nelson´s Institute for Marine Research). O projetista e construtor do submarino foi o Almirante Harriman Nelson, que por sinal era o dono do Instituto de Pesquisas Marinhas. Nas nossas brincadeiras, o meu irmão Camilo também tinha seu próprio Centro de Produção e Pesquisas. Ele chegou a projetar e construir as maquetes tanto do Seaview, como do sub-voador.Todas eram confeccionadas com papel e cola.
A bordo do “Seaview” estava uma tripulação formada pelo Almirante Nelson, Capitão Lee, Chip Morton, Chefe Sharkey, Kowalski, Patterson, Stu Riley, Sparks entre outros... E todos os meninos da época sonhavam em “ser” os personagens da série e fazer parte da tripulação do submarino. Eu mesmo adorava - na época - a idéia de morar no fundo do mar. E por diversas vezes planejei fugir de casa e ir morar no Seaview. Só não sabia como! Mas que essa idéia passou na minha cabeça, ah! Isso passou...
Assistíamos ao seriado e logo depois, no finalzinho da tarde, brincávamos de “Viagem ao Fundo mar” no quintal de casa... No começo era a maior briga para definir quem era quem. Um dizia logo: “Eu sou o Capitão Lee.” O outro decretava: “E eu, o Almirante Nelson!”... E assim a tripulação “fake” do Seaview ia se definindo. Eu como era o único gordinho da turma e não me parecia com nenhum dos personagens. Já gritava logo: “Eu quero ser todos os monstros do fundo do mar!”... E assim ficava definida a tripulação: Meu irmão Camilo (General Nelson); Edvan (Capitão Lee); Evanaldo (Chefe Sharkey); Alcides (Kowalski); Auriberto (Patterson)... E eu, tudo que era monstrengo, assombração, alma, duendes e terroristas. Saudades...
Foi na segunda temporada que se viu a mudança do preto e branco para o colorido, assim como a substituição permanente do “Chefe Curley Jones”**, devido a morte do ator Henry Kulky que interpretava o personagem. Quem o substituiu foi o Chefe Sharkey interpretado por Terry Becker. O Chefe Sharkey era um sujeito "turrão", bravo e com cara de chaaaato. Mas sempre foi o meu preferido! É que na minha fantasia de menino, ele era a cara do meu tio Geraldo...
Alguns autores e fãs do seriado afirmam que Irwin Allen (produtor da série) sugeriu aos diretores da então 20th Century Fox, a substituição da série por uma outra chamada “Terra de Gigantes” que ainda se encontrava em pré-produção. A proposta foi aceita e a “Viagem ao Fundo do Mar” foi encerrada... Afundou de vez! Ficando apenas nas profundezas do mar das nossas lembranças...
 Almirante Harriman Nelson (Richard Basehart); Capitão Lee Crane (David Hedison);
Chefe Francis E. Sharkey -1965-68- (Terry Becker); Oficial Chip Morton (Robert Dowdell); 
Marujo Kowalski (Del Monroe); Marujo Patterson (Paul Trinka);
Marujo Sparks (Arch Whiting); Chefe Curley Jones -1964/65** - (Henry Kulky);
 Marujo Clark -1964/65 –(Paul Carr); Marujo Stuart Riley -1965-67- (Allan Hunt);
Marujo Malone –1964 -(Mark Slade); Doutor Andrews (Richard Bull);