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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

OS PRODUTOS "POM POM" E A LINHA INFANTIL DA JOHNSON & JOHNSON... QUEM NÃO SE LEMBRA ?

Não me olhem assim... Por favor! Juro que não estou “grávido”. Este post é apenas, e tão somente: “Pura Nostalgia...” Definitivamente! Não me imagino mais sendo pai, pelo menos não daqui a uns 50 anos. Acho que não nasci para cuidar de ninguém. Pois sou do tipo do cara que se você me der três tartaruguinhas para cuidar, uma foge, a outra engravida e a terceira faz cirurgia de mudança de sexo. Enfim, vamos ao post...  Ao ver todos esses produtos infantis, tipo fraldas, talquinhos, lavandas, sabonetes e todo o resto, me veio a mente o tempo em que minha irmã era bem pequenina. Isso tudo lá pelos idos anos 70. Eu lembro que as marcas Johnson & Johnson, Pom Pom e York viraram uma febre naquela época. Todo bebê possuía um kit assim...  E minha irmã logo que nasceu ganhou vários “conjuntinhos” deste tipo. Uma graça de produtos retrô, né não? Apesar de não saber cuidar “a contento” de crianças, adoro apertar um daqueles bebes bem “xerozim”.
Minha memória olfativa é impressionante, assim que vi esses produtos  estampados numa antiga revista Pais&filhos... Nossa! Foi a mesma coisa que tirar um belíssimo passaporte para aquela época. O cheiro dos tais produtos de tempos d’antanho invadiu minh’alma... (poético, não?).  Eu tinha cinco anos quando minha irmã caçula nasceu. Ela - literalmente - tomou meu lugar de “fofinho” da família... Daí eu escutava da sala os risos e todos os comentários da minha mãe, tias, avós e visitas: “Que menina linda !”; “Uma princesinha...”; “É a cara da mãe!”; “Uma bilu - bilu tetéia”... E ao escutar tudo isso, já viu né? Uma avalanche de pensamentos menos nobres invadiu minha cabecinha de cinco pra seis anos. Ficava torcendo pro meu avô (que era altíssimo) brincar de aviãozinho com ela... Sabe por quê? Pra que ela se enroscasse no ventilador de teto (rs!!!) Coisa de “mininum” desmiolado. Pois é, tais pensamentos intrusos faziam de mim uma “criançinha” má. Todo dia era dia de maldade com a minha “irmãzinha querida”. Já havia colado chiclete ping - pong no cabelo dela, comido todo o estoque de potinhos de sopa nestlé e - principalmente - escondido todas as chupetas e os bicos de mamadeira que ia encontrando pela frente... Mas um dia minha mãe - “dona daquela caçulinha medonha” - resolveu dar uma passadinha na farmácia que ficava pertinho de casa. E como eu estava sem fazer nada, só assistindo o Globo Cor Especial, coube a mim observar o bebe por alguns minutos... Pensei: Essa é a minha chance de acabar com o reinado dela!!! Na hora passou mil coisas na minha cabeça... Mas bastou ela olhar nos meus olhos, e com aquele sorrisinho banguelo, me desarmou todo. Daí eu peguei o ursinho (talco) da Pom Pom e dei pra ela.  Naquele momento nascia um grande amor... Enfim! Apesar de minhas maldades, minha irmã sobreviveu. Hoje ela me ama e ainda é linda, mesmo depois das cirurgias plásticas. 
Estes produtos são da década de 60 e 70. Verdadeiros ícones de uma infância feliz e cheirosa!  Hoje  pediatras não mais aconselha o uso de talco em crianças muito pequenas. Uma vez que pode causar complicações respiratórias... Uma pena! Pois o cheiro do talco Pom Pom é uma lembrança viva em mim. 
Essa era a linha completa dos produtos Pom Pom. Faz um bem danado rever tudo isso.
Quem nasceu e viveu nos anos 60 e 70 há de se lembrar desses kits dos produtos Pom Pom.
Eis o tal Ursinho (talco) da Pom Pom que falei logo à cima.
A Nova Linha Infantil Johnson - Anos 60 -
Nossa! Nem sei se esses produtos ainda existem... Igiapel? Cremóleo?
E as fraldas de pano? Meu Deus! E o conjuntinho de broches para prender as fraldas.Um perigo! Capaz de furar o umbigo da criança. Usaram tanto esses prendedores em mim e em meus irmãos, mas ninguém nunca furou nossos umbigos. Mães e tias cuidadosas... 
É! Saudades dos meus tempos d'antanho... Dedico este post a minha amada irmã Betânia (a caçulinha) e a Ana Maria Caldatto, cuja sensibilidade para garimpar desejos, sonhos e objetos de outrora ultapassa limites.

sábado, 28 de janeiro de 2012

MAIZENA E AS SUAS RECEITAS INESQUECÍVEIS ...

Posso até estar errado... Mas eu acho que essa “Caixinha Amarela” se tornou mais conhecida do que a própria “Caixa de Pandora”... Falo sério! Qual o ser vivente que nunca esbarrou os olhos numa caixa de Maizena? Ela se faz presente ao redor do mundo há mais de 150 anos. É um produto que se mantém fiel a sua cor de origem: O tradicional amarelo. Portanto, o único produto que NÃO amarelou com o tempo. Mas enfim... Gerações e gerações foram alimentadas com papas, mingaus, biscoitos, doces e molhos à base dessa farinha feita do amido de milho. Bem como, vestiram calças, saias e camisas engomadas com maizena. Isso sem falar nos banhos de imersão femininos à base (também!) de maizena meu bem... De tão popular, se tornou versátil. Simples assim... E sem falar que é um passaporte (direto!) para as reminiscências do nosso passado! 
A Maizena surgiu nos Estados Unidos no ano de 1856. O fato aconteceu mais ou menos assim... O Sr. Wright Duryea - ex-funcionário de uma empresa pioneira na fabricação do amido de milho - resolveu abrir seu próprio negócio e colocou toda a família pra trabalhar. A partir de então aumentou seu negócio e criou a Companhia Produtora de Amido de Milho - Duryea. O carro-chefe do novo empreendimento seria o que??? A Maizena, lógico!!! Um amido para uso doméstico - inclusive, culinário - porque na época, o produto ainda era mais popular na lavanderia. Isso mesmo que vocês acabaram de ler...  Por incrível que pareça - nesta época - a Maizena era largamente utilizada nos tanques de roupas e/ou nas tábuas de passar, do que propriamente na cozinha. Vixe! Mas enfim, a tal caixinha amarela fez tanto sucesso entre as donas-de-casa (falo das americanas, tá) que chegou a ganhar alguns prêmios de qualidade. Mas somente em 1859 é que começou a ser exportada para a Europa.
Os famosos “banhos de imersão” que minha avó materna tanto falava... E num é que era verdade! Ela vivia dizendo para minhas irmãs que toda mulher devia tomar um banho assim... Pelo menos uma vez por mês. Bastava colocar essência de rosas, bastante chá de camomila, cinco colheres de álcool canforado, rosas brancas, flor de maracujá e uma xícara de Maizena. Pronto! Daí a mulher sairia do banho uma outra mulher... Se minha saudosa avó não tivesse sido uma senhora tão católica, eu diria que esse banho era coisa pra descarrego... Bom! Vocês entenderam que a Maizena tava na receita, né?
MAIZENA vem da palavra “maíz”, que significa “milho” em espanhol. Embora cada região das Américas adotasse um nome para o cereal, o termo empregado pelas tribos “sioux” e “iroquês”, habitantes do sul dos Estados Unidos de hoje, foi o preferido pela Espanha para designar as espigas levadas por Cristóvão Colombo. A mesma inspiração seria usada na embalagem de Maizena... Se você olhar bem pra caixinha amarela vai ver na ilustração (feita com caneta bico de pena) uma tribo norte-americana colhendo milho e extraindo o amido. Bem interessante...
A Maizena chegou ao Brasil no ano de 1874, só que produzida nos Estados Unidos e embalada no Brasil. A novidade já chegou anunciando suas qualidades e propagando aos quatro ventos sua faceta multiuso. Servia para engrossar caldos, dava um bom mingau, substituía a farinha de trigo no preparo de bolos e deixava as camisas perfeitas.
Somente na década de 30 é que a Maizena começou a ser produzida no Brasil. A primeira fábrica da Duryea foi construída em São Paulo. E como o sucesso da marca já era algo garantido, a empresa só precisava agora incentivar as padarias e os fabricantes de biscoitos a desenvolverem receitas de bolos, bolachas, biscoitos e etc... Tudo isso utilizando a Maizena ao invés da farinha de trigo, claro. A popularização das receitas deu bastante certo e uma das invenções caiu nas graças do povão: O biscoito Maizena. Isso mesmo! Aquele biscoito leve e crocante. Mas a democratização escancarada das “Receitas Maizena” fugiu ao controle e o biscoitinho começou a ser produzido pelos quatro cantos do país – inclusive – sem a Maizena original entre os ingredientes. É por isso que toda e qualquer fábrica de biscoitos produz os deliciosos biscoitos Maisena. Agora entendi. Há, há, há...
A verdadeira consolidação da Maizena como alimento infantil - aqui no Brasil - se dá nas décadas seguintes... É nesse período que a Cremogema (1957) é lançada. A cremogema pertence ao mesmo grupo.
Anúncio da década de 50.
Engraçado! Cansei de ver esses anúncios nas revistas de grande circulação do país. Com a política de democratização das “Receitas Maizena”, as donas de casa faziam de um tudo para não perder os lançamentos dos cadernos de receitas. Bastava apenas preencher os cupons e enviar para o endereço contido no anúncio... Minha mãe e minhas tias não perdiam um lançamento. Nossa! Quantos dias felizes degustando as receitas Maizena... 
E aí gente? Ninguém vai preencher o cupom a cima não é? É grátis sabia...  
Este foi um dos primeiros livros: "Receitas de Cosinha com a celebre farinha de Maizena Duryea". Legal isso né não?
Livros e revistas de receitas, calendários e cartelas com pratos rápidos lançados ao longo das décadas de 60, 70 e 80 tentavam disseminar novos cardápios, nos quais Maizena era o ingrediente principal. E a Maizena entrou definitivamente nos cardápios de restaurantes, nos livros de culinária de grandes chefs e nas receitas passadas de mãe para filha, vizinha a vizinha, geração a geração.
Essas publicações viraram artigos de coleção. 
Minha imaginação ia looooonge ao contemplar os anúncios ilustrados com imagens de tortas deliciosas, bolos absurdamente enfeitados, ensopados e sobremesas diversas... Até hoje minhas papilas gustativas se ouriçam ao ver essas receitas antigas.
Anúncio da década de 50.
Sabatinas Maizena! Era um programa educativo, patrocinado pela Maizena, é claro. E com a participação de vários alunos de colégios diferentes, que respondiam a questões escolares. Ao final de cada ano o programa convidava professores e diretores das escolas que participaram do infantil, para premiarem os alunos que mais se destacaram. Ao lado de Gincana Kibon, o Sabatinas Maizena foi o grande sucesso infantil da época, tendo Heitor de Andrade como produtor e apresentador.

Anúncio da década de 50.
Anúncio da década de 60.
Anúncio da década de 60.
Anúncio da década de 70.
Anúncio da década de 70.
Anúncio da década de 70.
Ao longo desses 150 anos a tradicional caixinha de Maizena sofreu poucas mudanças. Somente no ano de 2005 é que a marca alterou sua clássica embalagem: Mudou a letra do nome Maizena e acrescentou um grande coração amarelo estilizado. Mas a conhecida cena dos índios “Sioux” extraindo amido do milho permaneceu. Ainda bem! Pois gosto muito das embalagens que conservam suas características tradicionais. Atualmente a Maizena continua sendo sinônimo de amido de milho, bem como, fazendo a festa na casa de muita gente espalhada pelo mundo a fora.

domingo, 15 de janeiro de 2012

OS KITS DE MONTAGEM DA REVELL - PURA EMOÇÃO!!!

Quando se pensava em fazer réplicas de aviões, carros famosos e veleiros maravilhosos... Ôxe! Eram unânimes as opiniões das pessoas... “Estamos falando da tradicional marca REVELL. Ora, pois!!!”. Um verdadeiro sinônimo de artemodelismo e um “distintivo” para garotos, que como eu, curtiam essa arte na infância. Essa brincadeirinha de montar, colar e pintar fez história nos anos 50, 60, 70, 80... E foi até o início dos anos 90, quando a fábrica da Revell, no Brasil, fechou as portas para sempre.
E emoção não me falta pra falar da Revell... Nossa! Eu e meu irmão fomos alucinados pela arte de plastimodelismo. Até hoje o meu irmão Camilo se diverte fazendo miniaturas de carros no seu site: www.papelmod.com.br. E quem na casa dos 50, 40 e/ou 30 anos não se lembra do prazer que era montar os modelos da Revell. Quanta paciência nós tínhamos ao unir peçinha por peçinha. Uma arte que ainda vive em nós... Basta termos tempo. E mais, já não se encontra produtos Revell com tanta facilidade. Lembro que comprávamos nas Lojas Americanas ou em qualquer outra grande loja de departamentos. Hoje, se quisermos adquirir os brinquedos da Revell... Hummm! Só em lojas especializadas ou fora do Brasil meu bem. Uma pena para todos nós e para os garotos da geração vídeo-game que, infelizmente, passarão à margem das emoções já sentidas por nós...
A empresa Revell foi fundada no ano de 1943 por Lewis H. Glaser e Jacque Fresco, lá pelos lados da Califórnia. Eles começaram produzindo brinquedos de plástico, acessórios e mobiliários para casinhas de boneca. Até então mais uma fábrica de fazer brinquedos... Simples assim. Mas a história da empresa começou a mudar no ano de 1947, quando seus proprietários decidiram produzir kits de plástico (com diversas peças) para a montagem de alguns modelos de carros da época. A idéia deu certíssimo... E o primeiro grande sucesso da empresa foi a réplica pra montar do luxuoso automóvel Maxwel (1951). Depois outros kits de carros foram lançados. Os modelos eram tão fabulosos e tão ricos nos detalhes, que pouco ficava a desejar junto aos modelos de tamanho normal.
As réplicas dos modelos (em escala 1:18) despertaram o gosto dos colecionadores pelo mundo afora, fazendo da marca REVELL uma insígnia do segmento. A partir de então a Revell começou a produzir também navios, veleiros e aviões. O primeiro modelo de navio comercializado pela REVELL foi o “USS Missouri” em 1953 (meu irmão chegou a montá-lo da década de 70). Em 1957 ganhou o mundo e abriu uma filial na Alemanha. Em 1959, adicionou a sua linha de produtos as primeiras réplicas de mísseis e foguetes. E na década de 60 a empresa lançou os kits para montar trens e locomotivas... Sempre um sucesso!
Ao longo dos anos 70 e início dos anos 80, a marca Revell já produzia mais de 90 modelos diferentes por ano. E nos mais variados segmentos (carros, motocicletas, aviões, navios, trens, helicópteros, foguetes, submarinos, bicicletas, etc.), bem como, nas mais variadas escalas de tamanho.
Réplica do Transatlântico Queen Mary (montado por meu irmão).
Esse, o Flying Cloud, eu e meu irmão trabalhamos dia e noite... Nossa! Quanto detalhe existia nesse modelo.
Meu irmão adorava montar  navios de guerra e aviões de combate... É tudo tão presente em mim. Quanta saudade!
Conseguir os catálogos com os lançamentos do ano era muito difícil para nós, que morávamos do interior, longe da capital.
Ficávamos com água na boca quando víamos todos aqueles modelos no catálogo.
Propaganda da década de 70.
E quando abríamos a caixa dos modelos Revell... Que emoção!  Esse era o conteúdo que vinha dentro: Manual de instruções, saquinhos plásticos com os kits de montagem, adesivos e algumas vezes, um pincel e um tubinho de cola (que não dava pra nada).
Mas um "verdadeiro" plastimodelista tinha o seu kit de montagem completo, tudo comprado á parte... Pincéis de vários tamanhos, estilete, palitos, lixa, cola e as famosas tintas. Ainda sinto o cheiro da cola e da tinta...
Ainda na década de 80, apesar de continuar uma marca forte no segmento, suas vendas despencaram e a REVELL acabou sendo comprada pela Monogram Models Company. Uma empresa de modelos de madeira e que durante décadas, foi uma de suas principais concorrentes. Apesar da aquisição, como o nome Revell era extremamente forte no mercado e mundialmente conhecido, ele foi mantido. A Revell continua sendo uma marca forte, mas perdeu bastante espaço para os kits de montagem japoneses. Pois é!!! Bons tempos aqueles onde eu e meu irmão juntávamos o dinheiro do lanche da escola para comprar um veleiro ou um caça da 2ª Guerra mundial. E ao longo da semana montávamos aquele brinquedo como se fosse um tesouro... E era! Um tesouro guardado para sempre em nossa memória e em nossos corações.  E mais - através dos encartes que acompanhavam os modelos - aprendemos muito de história e geografia. Saudades de nós... Dedico este post ao meu irmão Camilo Costa, que de tanto brincar com os kits da Revell, acabou virando arquiteto e agora monta tudo de verdade.