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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

MONÓCULOS COM FOTO, LEMBROU?

Se você tem mais de 35 anos, teve ou tem uma avó, tia solteirona, madrinhas... E já desfilou em 07 de setembro nos “pelotões especiais” e/ou foi à festas de padroeiros/as de cidades do interior, com certeza vai encontrar “bolando” em alguma gaveta, um MONÓCULO com uma fotografia da época. O MONÓCULO, para quem nunca escutou falar e sequer sabe pra que serve, é uma espécie de cone (caixinha de plástico duro e colorido) com lente em uma extremidade e fundo removível com negativo (ou seria positivo?) em outra, possibilitando a visualização da imagem – ampliada - quando direcionada contra a luz. Na minha casa e na casa de minhas tias tem aos montes. Lembro que quando minha avó paterna foi pagar uma promessa pra São Francisco das Chagas, no Canindé–CE, trouxe MONÓCULOS de tudo quanto era cor, e “aquelas caixinhas coloridas de plástico duro” iam passando de mão em mão e de olho em olho... E era uma farra só! No entanto, eu tinha (mentira! Ainda tenho.), uma tia que “fugia” de fotos como quem foge do diabo, principalmente dos MONÓCULOS. Ela dizia: “Quem tiver suas máquinas fotográficas que fique bem longe de mim”. Ela sempre achava que NUNCA saía “bem” nas fotos... E o pior de tudo: ELA TINHA RAZÃO! Na maioria das fotos ela estava sempre descabelada, toda torta e cega dos dois olhos (tipo Cátia, assim mês-mo!). Geeeeente! É medonho isso, mais é verdade. E ela ainda acrescentava: “Tenho ódio de MONÓCULO! A fotografia de papel ainda dá para você recortar caso não saia “Bem na foto". Mas o MONÓCULO? Só tacando fogo...” Hoje - compreendo per-fei-ta-men-te - o misterioso desaparecimento dos MONÓCULOS com imagens e fotos tiradas na Festa de São Francisco das Chagas do Canindé... Bom, isso já é uma outra estória. Em resumo, com a praticidade das câmeras digitais e a facilidade de armazenamento no computador, MONÓCULOS e albuns foram gradativamente caindo no esquecimento e viraram peças de museu. E quanto a minha tia? Ah! Relaxou. Como não costuma usar computador, pensa atualmente da seguinte forma: “Com essas novas máquinas fotográficas que se têm hoje... Ah! Nem ligo. Podem tirar fotos minha à vontade! Essas máquinas tiram as fotos e a gente nunca mais vê, fica tudo ai, dentro delas… Eu mesma NUNCA vejo as fotos que tiram de mim! E quer saber de uma coisa? É como se elas não existissem”. E pensando bem... Ela continua - SEMPRE - tendo razão.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

SABONETES COM AROMAS DO PASSADO...

Caríssimos e Caríssimas! Hoje falarei de Sabonetes com marcas e aromas do passado... Tudo isso porque nas últimas festas de final de ano (Natal, confraternizações, amigos secretos...) recebi nada menos que, “nove caixinhas” de sabonetes da Natura. Caríssimos e Caríssimas, eu disse: Nove caixinhas de sabonetes da Na-tu-ra! Quase surtei, só não fiquei sequelado devido ao bom trabalho do meu terapeuta (creia!). Geeente! Qualquer pessoa que tiver acesso a este artigo - imediatamente - vai pensar que sou extremamente fedorento e que não tomo banho há séculos e séculos amém. Esperem, logo entenderão o motivo de tanta indignação... Bom, Imagine que cada caixinha contém três sabonetes, daí 03 x 09 igual a 27 sabonetes, ok! Levando-se em conta que um sabonete em minhas mãos dura em média 06 dias. Isso quer dizer que 06 x 27 perfaz um total de 162 dias tomando banho com sabonetes da Na-tu-ra... NUUUNCA! Nem sob tortura. E que fique bem claro que não é nada contra a Natura e seus produtos (que por sinal, adoro os perfumes dessa marca). Acontece o seguinte, quem me conhece sabe que – tradicionalmente - e HÁ ANOS, só tomo banho com sabonetes PHEBO, o pretinho básico que me satisfaz. Só ele pode deslizar e fazer espuma no meu corpinho. E não adianta me presentear com sabonetes de outras marcas que NÃO vou usar. Este sabonete me remete aos tempos de minha infância e possui o cheiro do meu saudoso PAI. E podem continuar me chamando de ultra/brega/radical, mas vou continuar FIEL ao meu escurinho e glicerinado sabonete PHEBO. Portanto, amigos/as presenteadores/as de sabonetes de quaisquer outras marcas, acostume-se com o meu cheirinho de PHEBO por mais uns cinqüenta anos! Foi muita ousadia dos meus amados e caríssimos amigos. Um verdadeiro complô para que eu deixasse de usar PHEBO... Sinto muito! Mas a estratégia não funcionou. Absuuuuuuurdo, me senti uma quase Salada de Frutas. Muito pior, a própria Carmem Miranda com uma fruteira na cabeça. Sim, verdade. Tinha sabonete de tuuuudo quanto era tipo de frutas: manga, pitanga, cupuaçu, maracujá, castanha e até de andiroba e priprioca! Geeente! Cheguei a pensar o pior: “Será que não estão querendo me matar com sabonete envenenado de andiroba com priprioca? Corri imediatamente na Wikipédia pra ver do que se tratava. Então, foi aí que me senti aliviado, pois descobri que Andiroba é uma planta medicinal da região Amazônica que serve para fazer velas que ajudam a repelir o mosquito da dengue (Oxe! como assim? imagina se vou usar um troço desses) e Priprioca, uma planta de raízes aromáticas, também nativa da região amazônica, mais conhecida como Piripirioca ( será que tem algo a ver com o “mêlo do piripiri” da Gretchen?). E eu pensando que se Priprioca não fosse veneno, seria algo do tipo: A prima distante da tapioca... (Eita Dhotta! Menos, menos... Não dispersa! Não! dis-per-sa.) Tá booom! Agora, no dia que inventarem sabonetes com as plantas nativas do meu sertão, tipo: mandacaru, aveloz e xique-xique, pensarei se vou tomar banho com outra marca que não seja PHEBO. Enfim, para encurtar essa estória, eu sou do tempo do sabonete LUX, REXONA, PALMOLIVE, GESSY, SEIVA DE ALFAZEMA,VALE-QUANTO-PESA, ALMA DE FLÔRES, BIO-CREMA, MYRURGIA (Maja, Maderas, Promesa), EUCALOL, LEVER, VINÓLIA, SOLIS, LIFEBUOY, CINTA AZUL, SENADOR, LAVANDA MEMPHIS, SUPER ORIGINAL, ANN BOW, FRANCIS E PHEEEEEEBO !!! Portanto, Caríssimos e Caríssimas, re-visitem agora os aromas, as cores, as embalagens e as propagandas dos Sabonetes que marcaram "ÉPOCA" nas nossas vidas... Divirtam-se.

O SABONETE EUCALOL E SUAS "FAMOSAS ESTAMPAS".


O sabonete EUCALOL ocupa um capítulo todo especial na história da higiene pessoal no Brasil, bem como, no campo publicitário nacional também. A princípio (em 1926) revolucionou o mercado brasileiro como sendo o primeiro sabonete “verde” à base de eucalipto a ser vendido em todo o país, o que gerou certa rejeição do público brasileiro acostumado apenas com cores mais suaves, tipo o branco e o rosa. Depois, para cair no gosto popular, lançou mão em 1930 de uma campanha de publicidade jamais vista na época: Decidiu colocar estampas diferenciadas dentro das embalagens dos sabonetes para incentivar o colecionismo, e com isso aumentar as vendas e o faturamento da empresa. Através do formato de brindes, as estampas do sabonete Eucalol viraram uma febre entre a população. Sua aceitação foi tanta que as tais estampas passaram a ser consideradas um material incentivador da cultura; possuidor de cunho didático e um ótimo referencial de aprendizagem. No entanto, a chegada das multinacionais – LEVER e PALMOLIVE – enfraqueceu as vendas do EUCALOL, retirando em 1957 as estampas do mercado, bem como acelerando o ritmo para que no ano de 1980, a empresa que produzia o sabonete EUCALOL abrisse falência definitivamente. Lembro muito pouco do aroma desse sabonete, mas o nome forte de EUCALOL marcou bastante minha infância.

Os sabonetes EUCALOL - em meados da década de 50 - lançou campanhas publicitárias destacando as estrelas nacionais, em contraponto às campanhas promovidas pelo Sabonete Lever que enfatizava o glamour das estrelas internacionais.
 Bibi Ferreira e Aimee
Maria Della Costa e Dulcina de Morais
Tonia Carrero e Eros Volúsia

Emilinha Borba
Eva Todor e Ilka Soares

Bibi Ferreira e Heloísa Helena
A nova embalagem dos sabonetes EUCALOL ( década de 50)

Norma Benguel


AS FAMOSAS ESTAMPAS DO INESQUECÍVEL SABONETE "EUCALOL".

As “Estampas EUCALOL” eram feitas de papel cartão e mediam cerca de seis centímetros por nove. Na frente tinha desenhos com temas variados: Animais pré-históricos, personagens importantes da nossa história, atividades agro-industriais, brasões nacionais e estrangeiros, bandeiras de diversos paises, peixes das profundezas oceânicas, índios do Brasil, episódios da História brasileira, entre outros temas. E no verso, um texto explicando as temáticas contidas no desenho.

 Brasões "estadoaes" da Parahyba, São Paulo e Pernambuco

Brasões "estadoaes" da Bahia, Matto Grosso, Alagoas e Sergipe.

Brasões "estadoaes" do Paraná,  Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

Brasão de Pernambuco.

Assim eram as caixas do Sabonete Eucalol... 
As estampas vinham presas dentro das caixas.
Como eram as caixas por dentro?
Lindas, não?

As estampas vinham encartadas nas caixas de EUCALOL com três sabonetes. E de 1930 a 1957 (ano em que foram emitidas as últimas estampas) cerca de 54 temas foram focalizados, perfazendo um total de 3.714 “estampas Eucalol” diferentes.

Dizem que crianças e adolescentes da época enlouqueciam seus pais para comprarem o referido sabonete e consequentemente, completarem sua coleção. Fico pensando: Ainda bem que nasci uma década depois (final dos anos 60). Imagine o prejuízo que teria dado ao meu pai - antigo dono de mercearia - que certamente vendeu esse sabonete na época. Deus-sabe-o-que-faz!! Aficionado em colecionismo do jeito que sou, sairia por ai dando banho em gato e cachorro só pra completar minha coleção.


As Bandeiras Brasileiras em suas diversas fases também fizeram História com o sabonete Eucalol.

Outro dia encontrei algumas estampas na casa do meu falecido avô Albino Costa. E certamente as guardarei como verdadeiras relíquias
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Este foi um dos Albuns lançados para acolher as Estampas Eucalol.



Assim ficavam as páginas dos Albuns. Repletas de estampas do sabonete Eucalol.

O folclore brasileiro e a diversidade das tribos indígenas também figuraram nas estampas.

As Estampas do sabonete Eucalol fizeram História.

SABONETES LEVER ! USADO POR NOVE ENTRE DEZ ESTRELAS DO CINEMA.

No ano de 1932 chega ao Brasil um dos sabonetes de maior sucesso no exterior: “LUX, o sabonete das estrelas”. O nome, no entanto, precisa ser mudado para LEVER, pois aqui a marca LUX já existia num outro produto e pertencia às Indústrias Matarazzo.

O nome “Lux”, embora signifique “luz” em latim, não foi escolhido por essa razão. Sua origem vem da palavra “luxury” (luxo), muito adequada para caracterizar o sabonete lançado em 1925, nos Estados Unidos. Nessa época, o acesso a produtos sofisticados de higiene e perfumaria era restrito a um pequeno círculo da elite.





 LEVER( LUX) foi o primeiro sabonete luxuoso a chegar ao mercado brasileiro com a proposta de atingir um segmento mais amplo entre as mulheres. Enquanto a marca LUX não era liberada legalmente, o nome LEVER iria perdurar por cerca de trinta e um anos aqui no Brasil.


 O sabonete LEVER (LUX) sempre esteve associado à beleza e ao carisma das personalidades femininas. LEVER (LUX) construiu uma trajetória de comunicação que converteu a marca num ícone da propaganda mundial.


Nunca tive contato com o sabonete LEVER (LUX) , até porque de 1932 a 1963 (ano de sua última aparição no mercado com o nome de LEVER) nem nascido eu era .Uma pena! Porque minhas tias contavam histórias “Glamourosas” desse sabonete. Era o sabonete preferido por nove entre dez estrelas de Cinema! Minha tia Cléria (a melhor catrevagista de todas as minhas tias) colecionava, recortava e colava num álbum, as fotos e os reclames de artistas de cinema que saiam na revista O Cruzeiro. Como diz o dito popular: “Tens bem a quem puxar!!!”


 Presente no Brasil desde a década de 30, esse sabonete conquistou o mundo e manteve-se em sintonia com a evolução da mulher ao longo dos anos. Para tanto, contou com o encanto das divas do cinema, que o tornaram objeto do desejo de consumidoras do mundo inteiro. A marca lançou campanhas publicitárias que utilizavam a empatia de estrelas internacionais de maior sucesso no momento.

A clássica propaganda que afirmava " Nove entre Dez estrelas de Cinema usam LEVER ( LUX) " surgiu nos anos 30 e prosseguiu até a década de 80, quando foi reformulada. No rastro das grandes produções de Hollywood, a marca vinculou sua imagem a uma galeria de atrizes famosas, na qual figuraram mais de "400 estrelas".




Nunca faltou "glamour" nas publicidades dos sabonetes LEVER/LUX. Sempre havia o charme das celebridades que se destacavam no cenário cinematógrafico mundial.

Uma curiosidade, a primeira sul-americana a estrelar a campanha foi Carmen Miranda. Publicado em O Cruzeiro em 6 de agosto de 1955, o anúncio é o único em que Carmen mostra os cabelos, sem o turbante que fazia parte de sua fantasia de baiana. Curiosamente, a cantora não viu o anúncio, já que a revista circulou um dia após sua morte (ver postagem a cima).



A primeira estrela da Galeria Internacional LEVER (LUX) foi Claudette Colbert, depois vieram Kay Francis, Bette Davis, Jean Harlow, Ginger Rogers, Joan Crawford, Audrey Hepburn, Gloria Grahme, Gloria Swanson, Rosalind Russel, Marlene Dietrich, Olivia de Havilland, Vivian Leigh, Lana Turner, Dorothy Lamour, Judy Garland, Rita Hayworth, Sandra Dee, Elizabeth Taylor, Ava Gardner, Grace Kelly, Gina Lollobrigida, Kim Novak, Jane Russel, Marilyn Monroe, Mercedes Macambridge, Esther Williams; Ethel Merman, Susan Hayward, Lucille Ball, Elizabeth Taylor, Carmem Miranda (faleceu um dia antes do anuncio ser publicado); Amália Rodrigues, Grace Kelly, Julie Adams, Elke Sommer, Kim Novak, Brigitte Bardot, Diana Rigg, Joan Collins, Shirley Maclaine, Jane Fonda, Ursula Andress, Rachel. Welch, Sophia Loren, Romy Scnheider, Julie Cristie, Jane Saymour, Natalie Wood, Pier Angeli, Sylvia Koscina, Cheryl Ladd, Michelle Pfeiffer, Demi Moore, Penélope Cruz, Catherine Zeta-Jones, Sarah Jessica-Parker.... Ufa!!!! E o pior é que ainda falta.... Irei colocando ao longo do tempo!