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sábado, 11 de junho de 2011

O PINGÜIM DE GELADEIRA NÃO PERDE A POSE!

Confesso sem a menor cerimônia: Adoro o charme retrô dos Pingüins de geladeira! Eu crio um, sabiam? Ele "ainda" possui trema na letra Ü, é de louça e mora em cima da minha geladeira... Pronto, falei. Há quem ainda o considere brega. Mas eu? Não! Particularmente, acho o “Spheniscus magellanicus geladeirum”, ou melhor,  o Pingüim de Geladeira, o maior “monumento vivo” do retrô  pós moderno. É certo que até bem pouco tempo ele era considerado um “bibelô” de extremo mau gosto. Mas os Pingüins retomaram seu posto nas cozinhas do mundo inteiro e agora são vistos como “cult”, “kitsch” e “Super Mega Retrô”. Colecionadores afixionados por pingüins  vasculham antiguários atrás dos modelos dos anos 40, 50, 60 e 70. Com direito a origem e pedigree devidamente comprovados. E o bom de tudo isso é que mesmo amados e ou detestados, os pingüins permanecem lá, bem no topo das geladeiras... Mas como é que eles, os pingüins, foram parar lá? Dizem que no começo da produção dos antigos refrigeradores (década de 40), as geladeiras possuíam acabamento parecido com grandes armários e ocupavam muito espaço, bem diferente das atuais. E isso demandava um grande esforço por parte dos vendedores, que faziam de tudo para chamar a atenção da freguesia e alertar que aquele “móvel” era uma geladeira e não um armário. Pensando nisso, a fabricante americana “Kelvinator” passou a enviar estátuas de pingüins para os lojistas. Os tais pingüins deveriam ser colocados sobre as geladeiras chamando a atenção dos compradores e reforçando a idéia de que aquele produto era uma geladeira. A idéia deu super certo e caiu no gosto do consumidor. A partir de então os compradores pediam para levar junto com a geladeira, o pingüim. E daí o pingüim tornou-se um brinde meu bem.. E a tal estratégia de marketing acabou se espalhando mundo a fora. Simples não?
Bom, para ser mais exato, eu convivo com os pingüins de louça desde menino. E, que eu lembre, sempre mantive uma ótima relação com eles. Minha irmã mais nova é que implicava com o coitado. Existia um na minha casa e “outros” espalhados pelas casas das minhas avós e tias. Na verdade, os pingüins de louça decoravam 9 entre 10 refrigeradores pelo Brasil a fora. E tornou-se um objeto obrigatório nos topos das geladeiras das casas dos anos 50/60 e 70.  O autêntico pingüim de geladeira era de porcelana, nas cores preto com branco, media uns 25 centímetros (altura) e tinha bico e pés dourados. A moda “pinguiniana” deu origem a outros tipos de acessórios para geladeiras, como por exemplo, o pingüim feito de pano (com enchimento de espuma) ou confeccionados em crochê, que vestiam as alavancas das portas das geladeiras, que na época, insistiam em dar choques elétricos na família inteira. E tem mais, até brigas familiares foram provocadas para decidir quem ia ficar em cima do refrigerador... Se o pingüim, Santo Antônio ou o São Jorge Guerreiro. Enfim, aqui no Brasil, dizem que a moda do pingüim só começou na década 50, quando era super chique e elegante ter uma geladeira em casa. Décadas depois, quando as geladeiras se popularizaram e perderam seu status, os coitados dos pingüins também despencaram socialmente, e quase foram expulsos das cozinhas. Mas como o tempo transforma conceitos, e aquilo que um dia foi considerado brega, torna-se “kitsch” logo, logo.... Como é o caso dos pingüins de geladeira atualmente. Hoje você já encontra pingüins estilizados, com cachecol envolto no pescoço, tomando chopp, de gravata e até pingüim funkeiro. Eu, particularmente, gosto do pingüim clássico, aquele bem tradicional e sem “riquififes”. Afinal de contas não é todo “Bibelô Antártico” que tem potencial para ressurgir do passado e se tornar “cult”. E por falar em resgates... Adoraria ter um Anão de Jardim!