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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

TOMAR BANHO DE TALCO...

Minha avó materna adorava passar talco pelo corpo... E todo final de tarde lá estava ela - "xêroooosa" - sentadinha bordando. Em seu pescoço ainda se via os vestígios do Pó de Arroz . E eu perguntava: Já tomou seu "Banho de Talco" hoje? Ela simplesmente balançava a cabeça e sorria para mim.
Usar pó de arroz ou talco por todo o corpo era um hábito bastante antigo, milenar mesmo. Um costume próprio das mulheres orientais (chinesas e/ou japonesas). Somente depois é que se tornou peculiar às mulheres europeias (principalmente as inglesas e francesas). Já no Brasil a origem do pó de arroz se deu no início do.... ///// Êpa! Parou tudo. (Eu não sei porque estou a falar dos primórdios do milenar pó de arroz, se eu sou do tempo do pó de talco Palmolive.)... Portanto, no tempo do talco Palmolive - Década de 70 - O pó vinha dentro de um cone cilíndrico de papel. E o tal papel da embalagem era mais grosso do que o papel de enrolar prego... E daí que depois do frasco seco, eu e meus irmãos brincávamos de fazer cofrinho com ele. Pronto!

Então! Como ia dizendo, minha avó materna tinha verdadeira adoração por talcos de tudo quanto era tipo. Dos mais finos, trazidos de Paris por sua amiga Luzia Rêgo, até os vendidos no balcão da mercearia do meu pai. Ainda lembro de alguns: Gessy, Palmolive, Vinólia (esses sempre foram em latas), Ross, Seiva de Alfazema, Cinta Azul, Lux, Topaze (Avon), Un Joyel (Myrurgia), Coty, Bonzano, Alma de Flôres (lembro de alguns cuja embalagem era de plástico e na cor azul), Cashmere Bouquet, Rastro...

As minhas tias também tomavam "Banho de Talco" antes de se entregarem nos braços de Morfeu... (só iam pra cama polvilhadas com talco, pode?). Acredito que naquela época sequer existiam os hidratantes corporais. Ainda bem, pois não consigo imaginar minhas tias se lambuzando de hidratante monange, tal qual Xuxa no comercial da TV.

As lembranças que tenho do pó de arroz é que vinha dentro de umas caixinhas "bem bonitinhas" e coloridas. Também recordo daqueles talcos perfumadíssimos da Avon e das latas de metal decoradas com desenhos coloridos ( como as que aparecem nas fotos exibidas ao longo do post ). Todos esses talcos com cheiros da minha infância estão associados a uma sensação de bem-estar, conforto e nostalgia de um tempo super mágico para mim.

Infelizmente aquela nostalgia das caixinhas do pó de arroz, bem como o charme das antigas latas de metal, se perderam no tempo. O que vemos agora são modernas embalagens de plástico de multinacionais despersonalizadas.

Eu nunca tomei um "Baaaaanho de Talco"... Mas lembro que só usei talco em alguns momentos de minha vida... Quando ia cortar o cabelo e o barbeiro vinha com uma "mini vassourinha" cheia de talco a passar no meu pescoço. Usava também para acabar com o cheiro de chulé dos meus kichuts e nas manhãs de domingo de Carnaval... No famoso Mela-Mela! Que era uma brincadeira divertidíssima, porém de extremo mal-gosto. Confesso que fui uma criança politicamente incorreta neste quesito... Eu, Duda de seu Zé Mendes e Anchieta de seu Liu nos posicionávamos próximo à calçada da igreja. E cada qual com sua bisnaga de água e um frasco do talco Cinta Azul (comprados na mercearia de meu pai) atacávamos exatamente aquelas pessoas limpinhas, limpinhas... Por isso é que ninguém gostava de sair às ruas no domingo de Carnaval pela manhã. Aqueles que ousavam por os pés fora de casa, é porque já sabiam do mela-mela e queriam melar-se também. Valia tudo no mela - mela, quando acabava o talco se comprava farinha de trigo,farinha de mandioca, maizena, coloral, cuminho... E até o resto das cinzas do fogão á lenha eram usados. Mas quando dava meio-dia o mela-mela se encerrava. Estava na hora de voltar para casa e tomar banho... E o banho já não era mais de talco, e sim com bastante agua e sabão... Bons tempos!!!!

E quem disse que talco era coisa só de mulher? Nunca foi caríssimos/as... Meu tio Luís da Penha usou talco a vida inteira. Assim que saía do banheiro lá ia ele tomar outro banho, desta vez com talco. Espalhava aquele pó branco pelo corpo todo... E haja talco meu bem! Ele era "enooorme" e pesava aproximadamente cento e cinco quilos. O problema todo é que ele usava o talco "infantil" Johnsons dos próprios filhos. E não adiantava sua esposa comprar talco Johnsons para "adultos" que ele não usava. O seu perfume era este: O cheiro do talco infantil da Johnson&Johnson. Esteja onde estiver, tenho certeza que... Sua "alma cheira a talco/ como bumbum de bebe." (Gilberto Gil). Saudades....

Houve um tempo em que dar "Banho de Talco" nos bebes era algo bastante comum também. Só que hoje em dia os pediatras não mais aconselham. Dizem que as partículas do pó do talco são tão finas que podem entrar nos pulmões da criança e causar problemas respiratórios graves.

E pensar que cansei de ver minha mãe (desavisada na época) juntamente com a babá de minha irmã mais nova, promovendo um verdadeiro Carnaval de fumaça de pó de talco. Na hora de trocar a fralda da coitadinha da minha irmã, eu via o frasco de pó sendo sacudido pra cá e pra lá e o "fumacê" tomando conta do quarto. Eu acho que minha irmã Betânia até hoje é viciada em talco Pom-Pom e não sabe... Vai ver que é por causa disso que a "bichinha" ficou daquele jeito... Agitadíssima! E a culpa toda? Lógico que foi do talco Pom-Pom meu bem.

Enfim, os talcos infantis da minha época eram: Talco Ross, Gessy, York, Johnson&Johnson, Granado e o Pom-Pom. E tem mais... Eu já escutei falar que algumas mães da zona rural usavam Maisena, Arrozina e até goma seca de fazer tapioca como anti-séptico infantil. E quer saber, acho que funcionava. O estranho era pensar que: O produto que fazia o mingau do bebe servia também para polvilhar os bumbuns dos mesmos... Não era o máximo!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MEU "CAMARADA" SUJISMUNDO.

Desde os tempos de menino que escuto falar: Lugar de lixo é no lixo... E sabe quem reforçou essa idéia no meu juízo (que por sinal - na época - era quase nenhum...) foi o meu camarada SUJISMUNDO! Digo “meu camarada” porque sempre o percebi assim... E quer saber? Eu confesso: Sentia um profundo carinho por ele. E acredito que outras crianças da época também sentiram a mesma coisa que eu. O SUJISMUNDO tornou-se um ícone nacional e sua popularidade quase pôs em risco a eficácia da campanha educativa: “POVO DESENVOLVIDO É POVO LIMPO”. Chegou-se a pensar que sua fama poderia incentivar a sujeira em vez de combatê-la. A tal campanha promovida pelo Governo Federal em tempos de ditadura foi a coisa mais "engraçadinha” que fizeram. Os “Generais” nunca imaginaram que um sujeito “politicamente incorreto” como aquele, fosse agradar tanto. E principalmente ser chamado de “camarada” pelas criancinhas... Acho que foi por isso que a campanha saiu do ar. Agradou demais “o povo”... E a possibilidade de qualquer semelhança com o “subversivo” não era mera coincidência para eles. Saudades do meu CAMARADA Sujismundo!!!!

O Sujismundo Foi criado pelo animador e quadrinista Ruy Perotti Barbosa e apareceu em comerciais produzidos entre 1971 e 1972. O Sujismundo era um sujeito desligadão mes-mo... Não respeitava ninguém e muito menos as regras. Jogava tudo quanto era coisa na calçada, no chão do escritório, na areia da praia... Enfim, um transgressor da limpeza pública e da higiene corporal. Sua “careca” vivia rodeada por mosquitos devido ao mau cheiro que emanava de seu corpo. Ele era assim mesmo, pouco se importando com o asseio pessoal. Eu achava o Sujismundo o máximo. E toda vez que tocava sua musiquinha nos intervalos da TV, eu corria para vê-lo. Cheguei a decorar a fala do narrador que contava suas aventuras na praia, no escritório, na rua...

A propaganda dele na praia dizia mais ou menos assim:

“Domingo de sol. Lá vai Sujismundo com a família em direção à praia. Nosso amigo continua o mesmo, deixando por onde passa a mancha de sua presença. A praia, o sol, o mar, muita gente. Sujismundo adora se cobrir de areia e começa a cavar. Faz o que quer, não respeitando ninguém. Madame Sujismundo já tomou o seu banho e não encontra o marido na hora de voltar para casa. Ora madame, não se preocupe. Depois de esparramar tanto lixo ele só pode estar aí. Aprenda Sujismundo: Povo desenvolvido é povo limpo”.

E a do escritório:
“Eis de novo o Sujismundo. Esta vez chegando ao escritório para mais um dia de trabalho. Sujismundo está longe de ser um exemplo de limpeza. Não se importa com o bem-estar dos companheiros. Tapete, móveis e paredes não merecem o cuidado do Sujismundo. Se alguma coisa se torna inútil, ele joga fora, caia onde cair. Êpa! Seria bom que Sujismundo se preocupasse, pelo menos, com isso. Felizmente Sujismundo não perdeu o emprego. Mas vejam só o vexame que lhe impôs o diretor. Quando irá nosso amigo aprender que povo desenvolvido é povo limpo?.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

OS CADERNOS DE RECEITAS DA MINHA TIA MARIA.

Os Cadernos de Receitas - da minha tia Maria Sousa Lima - são para mim relíquias de família. Eles são os guardiões dos cheiros e dos sabores da minha infância. São testemunhos vivos de um passado culinário que permanecerá para sempre em minha memória. A lembrança de alguns pratos ainda me fazem salivar...E dá até para sentir o cheiro, pode?
Minha tia foi educada em colégio interno comandado por freiras “nervosas” e severas. E as alunas – em plena década de 50 – eram preparadas para serem “Amélias do Lar”, pois além das declinações do latim, o que se ensinava na época era: “Lugar de mulher é na cozinha! Fazendo comidinha para engordar o maridinho e os filhos...” Essa lição eu acho que ela não aprendeu direito. E se aprendeu, foi pela metade. Pois continua solteira até hoje. No entanto na culinária... Ah! Ela engordou todos os sobrinhos com suas receitas maravilhosas meu bem...
Todas as receitas eram escritas à mão com canetas tinteiro. Depois ela ilustrava as páginas do caderno com figuras dos “pratos já prontos” recortadas de revistas. Tia Maria era tão caprichosa que ao copiar uma receita, ela colocava ao lado a procedência e/ou nome da pessoa que a repassou. Tipo: “Esta receita de Arroz Doce quem me deu foi Carminha Meira em 21 de maio de 1953...” O engraçado é que ela também inventava receitas e dava o nome de algum artista da época: “Rocambole a la Wanderléia”; "Pudim de Ameixa a la Sérgio Cardoso”... Hoje as páginas dos seus Cadernos de Receitas amarelaram com o tempo, os segredinhos culinários foram desvendados e as marcas de gordura nas folhas do caderno já sinalizam o correr dos anos... No entanto, a Torta de Abacaxi; o bombocado; o pão-de-ló; o bolo de massa de araruta; o bolo engorda marido; a torta folhada; os canudinhos; o Pudim a la Sérgio Cardoso... Nunca envelhecerão com o tempo. Tudo isso estará eternizado em minha mente e em meu coração.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A DORMINHOCA DA MINHA IRMÃ...

Caríssimos e Caríssimas! A tal da DORMINHOCA foi a coisa mais “trash” que surgiu nos anos 70. E para meu total desespero, minha irmã mais velha tinha uma. E a bendita boneca ficava deitada de bruços em cima da cama dela... E o que é pior, sem combinar em nada com "as colchas de chenille verde-hospital e/ou azul-turquesa" que sempre forraram seu leito de dormir (perdão maninha, mas seu passado também foi “trash”...) Enfim, pensem numa boneca bizarra, “medonha” mês-mo... Possuía cabeça, mãos e pés de borracha. O restante do corpo era de veludo com enchimento de restos e/ou retalhos de pano. E os olhos dela? Piscavam mais que os olhos de “retróz” da Emília. Isso sem falar no “fecho-éclair enooorme” nas costas da boneca. Hoje posso afirmar com absoluta certeza: A mãe do CHUCKY era a BONECA DORMINHOCA da minha irmã! Geeente... Eu morria de medo da cara daquela boneca. Existia algo de sinistro nela. Sei lá... Era como se ela quisesse me dizer algo com o olhar, tipo assim: EU JÁ MORRI TÁ! Sério, essa boneca parecia uma defuntinha em sua mortalha aveludada. Juro que não compreendo - até hoje - o amor que minha irmã nutria por aquele amontoado de panos com cara de boneca do além. Cansei de avisar meus pais que aquela dorminhoca era “O Bebe de Rosemary” disfarçado. Mas ninguém me dava ouvidos... Eu e meu irmão odiávamos aquele “ser esquisito”. E por diversas vezes planejei dar um fim naquela boneca. Primeiro pensei em fazer uma sessão de exorcismo com ela, e caso não desse certo, poderia afogá-la num balde de água benta e horas depois jogá-la dentro da cisterna. Daí era só fechar a tampa e pronto. Mas desisti... Seria imediatamente descoberto. Então como planejar o assassinato de uma boneca “possuída”, e ainda por cima, semi-morta? Pensei até em trancá-la no banheiro para ser estraçalhada por uma legião de dobermans raivosos... E por fim, achei uma solução bastante fácil: Enterrar de-fi-ni-ti-va-men-te a dorminhoca semi-morta e "malassombrada" da minha irmã. Mas para isso eu precisaria de um cúmplice. Escolhi meu irmão Camilo... Mas pra que? O coitado do meu irmão tinha um coração mole demais e acabou ficando com pena da “esquisitinha”. Daí o plano todo vazou... Minha mãe ficou sabendo do bonequicídio; meu pai me deu uma “linda” surra; minha irmã me amaldiçoou pro resto dos meus dias e quase fui deserdado em vida por causa daquela boneca surreal e demoníaca. Em resumo, tive que conviver com ela por anos e anos. Mas para alguma coisa aquela boneca serviu: A cama de minha irmã - coberta com a tal colcha de chenille verde-hospital - nunca ficou desforrada meu bem... E quem se atrevia a brincar em cima de uma cama com um “monstrinho” daqueles por perto? Eu é que não ia me arriscar...
Agora me respondam com sinceridade: Estava ou não estava morta? Olhem bem para a carinha dela... Sinceramente! E a touquinha esquisita cobrindo a cabeça dela? Cruz-Credo...


domingo, 20 de setembro de 2009

BALAS "SOFT" - A SERIAL KILLER DE CRIANCINHAS.

Eu sou bastante suspeito para falar de guloseimas infantis. Sejam balas, “confeitos”, pirulitos, chocolates, chicletes... Primeiro que fui uma criança “perigosamente” gulosa e gordinha. E segundo, fui criado num paraíso de “Doces e Brebotes”. Meu pai foi comerciante e dono de mercearias que vendiam tanto no grosso, quanto no varejo. Sentiu o drama né? Eu vivia cercado de tudo, mas só tinha olhos para os doces. E lembro com saudades das BALAS “SOFT”.... Eram deliciosas, porém traiçoeiras, é verdade. Existiam nos sabores abacaxi, limão, cereja, tangerina, morango, uva, café e caramelo (não lembro se tinha mais algum sabor além desses... ). Essas balas revolucionaram o mercado das guloseimas infantis. Virou uma febre no final dos anos 70 e logo depois se estendeu por anos a fora. Redonda, escorregadia, cores vibrantes e de sabor iniguálavel. Foi altamente desejada por milhares de crianças e adultos, mas também muito perseguida por mães zelosas e assustadas. Criou-se um mito de que as Balas “Soft” eram contra-indicadas para o público infantil. Acho que as próprias crianças não deram muita “trela” para esses boatos, tanto é que as Balas “Soft” continuaram adoçando, encantando e engasgando muitas “criancinhas indefesas”. Atualmente não se produzem mais Balas Soft, elas desapareceram do mercado no final dos anos 90. Depois surgiram algumas balas similares com o mesmo formato, mas o sabor já não era o mesmo. O que restou na verdade foi apenas o Mito: “SOFT” – A bala assassina de crianças.
Tem quem afirme que o Mito construído em torno da Bala Soft é a mais pura verdade... Sério! Diziam até que a danada, de tão gostosa que era, primeiro viciava e só depois é que... MATAVA! A “Desciclopédia”, por exemplo, nos trás a informação de que as Balas “Soft” possuíam o diâmetro exato e cientificamente comprovado para o fechamento das traqueias. E acrescenta mais ainda, a sigla SOFT quer dizer: Super Objeto Fechador de Traqueias. Eu também cheguei a escutar horrores dessa bala quando criança. Fiquei sabendo por minha “preocupadíssima tia” que elas tinham sido projetadas – exclusivamente – para exterminar as criancinhas gordas e gulosas da face da terra... Pode? Boba essa minha tia, não? Pensar que gordinhos gulosos - porém inteligentes - cairiam nessa... Nuuunca acreditei! Sempre me engasguei! E continuo aqui no planeta terra. Vivo até hoje! É isso aí minha tiaaa: Sinta-se orgulhosa, viu? Porque EU sobrevivi ao extermínio promovido pelas Balas Soft.
O mais engraçado é que tanto as crianças quanto os adultos - apesar de todo esse boato – não podiam viver sem colocar uma Bala Soft no céu da Boca. Era incrível! Acho que só nossas mães entravam em pânico e nos enchiam de estórias e recomendações. No começou era assim: “Mastiga bem essa bala antes de chupar, viu ?”; “ Cuidado! Esta bala é perigosa, tem que comer partida ao meio..”; “ Não vá pular com a bala na boca que é para não se engasgar”... E depois, já em pânico: “Você esta proibido de colocar essa bala na boca, tá me ouvindo?”; “Não aceite essa bala de ninguém, principalmente a roxa, que é a que mais mata criancinhas”; “Não chupe essa bala! Ela é pior do que um pedaço de vidro. Vai ficando fininha, fininha e depois corta sua laringe...”; “ Você tá lembrado da loira do Banheiro? Aquela que assombra todo mundo, lembrou? Pois saiba que ela morreu engasgada com uma dessas balas, viu?”... E foi daí pra pior. Algumas mães chegaram a proibir a venda dessas balas na frente das escolas. Pobres mães zelosas, mal sabiam elas que nós engolíamos essa bala em tudo quanto era lugar.


Eu perdi as contas de quantas vezes engoli e/ou me engasguei com essas balas. Eu era guloso mesmo, às vezes eu colocava na boca 05 balas de uma só vez. Queria sentir o sabor de todas elas misturadas... Loucura né? Bom, dentre todas as vezes que me engasguei com uma Bala Soft, a pior aconteceu na saída da escola. Eu e meu primo betinho (de Mazé de João Ricardo) só andávamos correndo. Então saímos feito dois loucos, do tipo: “Vamos ver quem chega primeiro na calçada da Igreja? 1,2,3 e jáááá ! Isso cada um correndo com uma Bala Soft na boca, é claro. De repente eu parei de correr. Havia engolido a bala, e de quebra, parecia que as amígdalas tinham ido junto também. Tentei forçar a bala para ver se ela saia do canto e nada. Entrei em total desespero e tornei a correr... Só que desta vez com as mãos para cima e com ares de estabanado. Meu primo me vendo gesticular feito louco, voltou correndo ao meu encontro. Eu já com os olhos arregalados apontei para minha garganta. O máximo que eu conseguia dizer era: Uuuuuuuur, uuuuuuuuur... E de repente meu caríssimo primo começou a rir de mim. Foi acometido de súbito por um daqueles ataques de riso insano. Riu tanto que esqueceu da Bala Soft que também tinha dentro da boca e... Engasgou também. Pronto! Agora lascaram-se os dois... Eu estava sem fôlego e já tinha começado a ver luzes coloridas piscando, algo meio psicodélico... Doidão mesmo! A nossa sorte foi que seu Joãozinho Fotógrafo vinha passando e viu a cena. O “santo homem” enfiou o dedo na minha goela e nada. Depois chegou seu André Bitu para ajudar. Então os dois começaram a dar socos nas nossas costas até as “balas assassinas” descerem goela abaixo. Nossa! Nunca apanhei tanto, quase fiquei com um “pobrema” na coluna pro resto da vida... Enfim, fomos salvos da morte. E não pensem que isso nos serviu de lição. Pois em pouco tempo lá estávamos nós - correndo novamente - cada qual com sua Bala Soft enfiada na boca. Vai entender?
E lá vai mais uma estória das Balas Soft... Tive um amigo de infância que possuía a estanha mania de estudar, “brincar”, rezar e até comer... Adivinhem aonde? Trancado no banheiro da casa dele. Por pouco não fixou residência por lá... Portanto, “Fazer côco na casa do P e d r i n h o????” Nuuuunca meu bem!!! Se existia um local sagrado para ele dentro de casa, era lá, junto ao chuveiro, ao vaso sanitário, ao bidé... E num desses domingos de Páscoa dos anos 70, passei em sua casa para irmos juntos à confissão comunitária das crianças e adolescentes. Como de costume, levei comigo um saquinho recheado de BALAS SOFT. Chegando lá, meu amigo ainda ia entrar no banho. Daí ele colocou “duas” balas Soft de uva na boca e entrou no banheiro com uma revista de sacanagem em baixo do braço... Geeeeeeente! Não deu cinco minutos e o “rebuliço” tava feito. Meu amigo começou a gemer e a gritar – engasgadíssimo – com as balas assassinas presas na garganta e eu do outro lado da porta fiquei sem saber o que pensar. A principio achei que ele estivesse tendo sessões continuas de orgasmos múltiplos e/ou sequenciados a cada seis segundos... Depois é que fui entender que se tratava de gritos de morte. Então corri desesperado até a cozinha e fui chamar alguém para acudir antes que ele chegasse a óbito... Mas pra que eu fiz isso? Em poucos segundos veio pai, mãe, irmã, empregada, avó, dois primos e o cachorro. Nããão!!! Vocês não têm ideia do tamanho do vexame que ele passou. E num é que arrombaram a porta do banheiro e ele tava lá - roxinho-roxinho - completamente NU! E mais, a revista de sacanagem estava aberta, próximo ao bidé... Sinceramente! Eu concordo, é muito trauma para um pré-adolescente: 1) Saber que “quase” morreu humilhado por uma Bala Soft (e de uva...) entalada na garganta; 2) Que foi socorrido "pelado" no chão do banheiro por toda sua família; 3) Descobrir que sobreviveu sem a mínima possibilidade de ser feliz um dia, pois terá que encarar a mãe e a avó para o resto da vida; 4) Ser considerado um adepto inveterado do “onanismo” aos 11 anos incompletos... Enfim, se tivesse acontecido comigo naquela época, não teria a menor dúvida: Preferia ir ao encontro do meu “Glorioso São Pedro das Lajes”! E para finalizar essa traumática história... Bom, meu amigo me culpou duplamente. Uma por ter trazido as “balas assassinas comigo” e a outra por ter feito um verdadeiro escarcéu, chamando até a última geração de sua família para vê-lo pelado. Já entendi tuuudo... Querem saber se me senti culpado, é isso? Claro que NÃO! Fui eu por acaso quem o obrigou a chupar a bala assassina? E ele queria o que? Morrer engasgado e só depois de alguns anos abrirem a porta é? Me poupem...

PS: Sim! Ainda fui me confessar com o Padre (era o Pe Diniz, na época). Daí falei tudo, contei tudo mesmo e fui perdoado... Amém! Depois passei na mercearia de meu pai e peguei mais uma porção de Balas... Como assim que Balas? As Balas Juquinha!! Sou bobo mais não, viu? Balas Soft... Nem trancado no banheiro da casa do P e d r i n h o...
Dedico este post ao meu querido primo "Betinho"( que faleceu jovem aos 12 anos de idade, vítima de leucemia ). Este post é todo seu parceiro... Sei que teríamos dado muitas risadas juntos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A LENDA DO NEGRINHO DO PASTOREIO


Caríssimos e Caríssimas... Eu poderia retomar minhas postagens falando de qualquer outro assunto. Mas achei pertinente retornar ao ponto de onde parei... Ah! É provocativo? Claro que sim... E Porque não? Sinto-me hoje “legalmente” apropriado e livre para falar sobre qualquer temática que me venha à cabeça, desde que munido de responsabilidades, direitos legais e respeito mútuo. É bem verdade que permaneci calado, ausente e engasgado todo esse tempo, mas agora que me foi dado “Ganho de Causa” no tocante à Calúnia (art. 138 do Código Penal); Difamação (art. 139 do Código Penal) e Injúria (art. 140 do Código Penal). Onde todas as acusações a mim direcionadas foram consideradas de cunho insubstancial - e consequentemente – Infundadas. Agora faço valer meu direito de “blogar” sem a PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA com o politicamente correto. Portanto, ouso contar uma Lenda do Folclore Popular Brasileiro que permeou minha infância:
O NEGRINHO DO PASTOREIO

Esta é uma lenda de origem gaúcha, com fundamentos católicos e europeus. E foi muito contada no final do século XIX por brasileiros que defendiam o fim da escravidão. Conta-nos a lenda que há muito tempo, lá pelos pampas gaúchos, no Rio Grande do Sul... Existia um estancieiro avarento e muito cruel com seus escravos e peões.

"Só para três viventes ele olhava nos olhos: era para o filho, menino cargoso como uma mosca; para um baio cobos-negros, que era o seu parelheiro de confiança, e para um escravo, pequeno ainda, muito bonitinho e preto como o carvão e a quem todos chamavam somente, o Negrinho. A este não deram padrinhos nem nome; por isso o Negrinho se dizia afilhado da Virgem, Senhora Nossa, que é a madrinha de quem não a tem." ( LOPES NETO, Simões. 1960).

Naqueles fins de mundo, o estancieiro fazia o que bem entendia, sem dar satisfação a ninguém. Certa vez, debaixo de um frio desgraçado, o cruel senhor mandou que o Negrinho fosse pastorear os cavalos e os potros, coisa muito comum nos tempos em que os campos de estância não careciam de cercas aramadas. E o tal escravo Negrinho - órfão de pai e mãe – e que era maltratado por todos, principalmente pelos filhos do seu senhor, lá se foi, por entre os campos a pastorear... E era sempre assim, fizesse chuva ou fizesse sol, lá estava o Negrinho do Pastoreio pronto para servir. Mas um dia o pobre Negrinho perdeu um dos cavalos no pastoreio. E foi o suficiente para que ele apanhasse – impiedosamente - amarrado a um tronco. E mesmo cambaleando de dor, ainda foi obrigado a procurar o tal cavalo extraviado. Já se fazia noite, daí ele pegou um toquinho de vela e saiu campeando noite a fora. Mas de nada adiantou! O toquinho de vela acabou, amanheceu o dia e ele teve que voltar a estância sem vestígios do cavalo. Então foi outra vez amarrado ao tronco e barbaramente surrado até a morte. Dizem que o cruel patrão mandou abrir uma vala junto a um grande formigueiro localizado debaixo de uma árvore e jogou o pobre Negrinho lá, para que as formigas dessem conta do que restou de seu escravo. No outro dia, o estancieiro impiedoso foi com os peões e os escravos ver o formigueiro. E qual não foi sua surpresa ao ver o Negrinho do Pastoreio vivo e contente, ao lado de ninguém menos que a Virgem Nossa Senhora. E logo mais adiante, o cavalo outrora perdido. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no cavalo e partiu conduzindo a tropilha. Desde então o Negrinho do Pastoreio ficou sendo o “achador” das coisas perdidas. E para que isso aconteça, basta apenas acender um toquinho de vela e pedir assim: "Foi por aí que eu perdi… Foi por aí que eu perdi… Foi por aí que eu perdi…" Se ele não achar ? Ah, meu bem!!! Ninguém mais acha.
Penso o seguinte: Durante toda minha infância escutei essa história, fosse contada pelo meu avô Albino, por minha mãe e/ou minhas tias; li também por diversas vezes essa mesma história; realizei trabalhos escolares na semana do folclore com o referido tema e até promessa fiz para o Negrinho do Pastoreio... Como é que agora - na casa dos quarenta - iria desconstruir tudo isso? E o que é pior, com a mesma facilidade com que tenho a obrigação de introjetar o politicamente correto no meu cotidiano. Sinceramente, não me imagino tendo que contar para meus futuros netos a “Lenda do Afrodescendentezinho do Pastoreio”. Sei da importância do politicamente correto e do respeito que precisamos ter em relação ao outro, com suas caracteristicas, desejos, formação e experiências. Mas não há como negar que – infelizmente – tem muita gente paranóica que exagera no politicamente correto e se utiliza da hipocrisia para atingir os menos desavisados. Portanto, que o Negrinho do Pastoreio ajude o Sr. Erinaldo Francisco de Almeida Trajano, bem como as Sras. Alexandra Maria Sotero Diniz Sobrinha e Dandara Lethieri Vasco d’Almeida a encontrarem o caminho do bom senso e da verdadeira militância em prol dos Direitos Humanos.


Fontes de Pesquisa:

LOPES NETO, João Simões. Simões Lopes Neto; contos e lendas. 2ª ed. Rio de Janeiro, Editora Agir, 1960. Nossos Clássicos, 5;

CASCUDO, Luís da Câmara. Geografia dos mitos brasileiros. 2ª ed. São Paulo, Global Editora, 2002, p.328-334;

Agradeço a todos os amigos que se manifestaram através dos comentários e em especial aos blogueiros amigos: LUSA VILAR, CRISTINA SIQUEIRA, CARLINDA NUNES E O MARCO SANTOS.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

INDIGNAÇÃO !!!


Deixo de lado o bom humor - que sempre permeou minhas postagens - e abro espaço para manifestar minha total INDIGNAÇÃO. Quero que saibam caríssimos leitores e blogueiros amigos que fui acusado de RACISMO. E em consequencia desta acusação estou sendo processado por um grupo militante dos Direitos Humanos. E querem saber o porquê? Simplesmente porque me recusei a alterar uma postagem que fiz no dia 13 de Janeiro deste ano, intitulada: " SABONETES COM AROMAS DO PASSADO". Nesta postagem eu me refiro ao sabonete PHEBO como "o pretinho básico que me satisfaz..." e mais adiante faço referência ao mesmo sabonete como: "meu escurinho e glicerinado sabonete PHEBO..." Estas poucas linhas foram suficientes para que o meu Blog Caríssimas Catrevagens fosse indiciado como: "possuidor de conteúdo racista e discriminatório". Confesso que isso me deixou bastante triste. Principalmente porque NÃO HOUVE uma intencionalidade racista nas minhas palavras e muito menos pretensão de agredir a quem quer que fosse. Fica claro em meu texto que me refiro especificamente ao sabonete em questão e não a origem racial das pessoas. Enfim, é com enorme pesar que me despeço dos meus fieis leitores e amigos blogueiros por um determinado tempo, até que essa questão se resolva judicialmente. E que fique bem claro que NÃO VOU aceitar a alcunha de RACISTA imposta por esse grupo de defensores dos Direitos Humanos, principalmente porque NÃO me sinto como tal. Apenas acho o seguinte: A partir do momento em que eu "retificar esses trechos" presentes em minha postagem, estarei automaticamente confessando uma intenção que NUNCA existiu. E para mim, tudo isso não passa de uma CENSURA INFUNDADA que vai de encontro à minha liberdade de expressão. E também faço saber que não estou pondo em pauta o mérito da lei que trata da discriminação. Muito pelo contrário, eu CONCORDO que o RACISMO precisa ser combatido e extirpado de nossa sociedade. Minha pretenção é tão somente clarificar a acusação que me foi feita injustamente por essa entidade de classe, pois não chamei NINGUÉM de "pretinho ou escurinho", fiz referência UNICAMENTE AS CORES DO SABONETE que uso e não às pessoas. Portanto, Caríssimos e Caríssimas, exibo novamente a postagem para que vocês possam analisar se o meu texto tem cunho RACISTA ou não. A opinião de meus leitores e amigos é muito mais importante do que o julgamento feito por esse grupo que me acusa. Cujas pessoas costumam exagerar naquilo que chamam de "politicamente correto" e ficam analizando tudo ao pé da letra, vigiando cada ponto e cada vírgula de tudo que é dito e/ou escrito por nós blogueiros. Espero que entendam meu afastamento temporário e meu posicionamento também. Eis o texto:





SABONETES COM AROMAS DO PASSADO





Caríssimos e Caríssimas! Hoje falarei de Sabonetes com marcas e aromas do passado... Tudo isso porque nas últimas festas de final de ano (Natal, confraternizações, amigos secretos...) recebi nada menos que, "nove caixinhas" de sabonetes da Natura. Caríssimos e Caríssimas, eu disse: Nove caixinhas de sabonetes da Na-tu-ra! Quase surtei, só não fiquei sequelado devido ao bom trabalho do meu terapeuta (creia!). Geeente! Qualquer pessoa que tiver acesso a este artigo - imediatamente - vai pensar que sou extremamente fedorento e que não tomo banho há séculos e séculos amém. Esperem, logo entenderão o motivo de tanta indignação... Bom, Imagine que cada caixinha contém três sabonetes, daí 03 x 09 igual a 27 sabonetes, ok! Levando-se em conta que um sabonete nas minhas mãos dura em média 06 dias. Isso quer dizer que 06 x 27 perfaz um total de 162 dias tomando banho com sabonetes da Na-tu-ra... NUUUNCA! Nem sob tortura. E que fique bem claro que não é nada contra a Natura e seus produtos (que por sinal, adoro os perfumes dessa marca). Acontece o seguinte, quem me conhece sabe que – tradicionalmente - e HÁ ANOS, só tomo banho com sabonetes PHEBO, o pretinho básico que me satisfaz. Só ele pode deslizar e fazer espuma no meu corpinho. E não adianta me presentear com sabonetes de outras marcas que NÃO vou usar. Este sabonete me remete aos tempos de minha infancia e possui o cheiro do meu saudoso PAI. E podem continuar me chamando de ultra/brega/radical, mas vou continuar FIEL ao meu escurinho e glicerinado sabonete PHEBO. Portanto, amigos/as presenteadores/as de sabonetes de quaisquer outras marcas, acostume-se com o meu cheirinho de PHEBO por mais uns cinqüenta anos! Foi muita ousadia dos meus amados e caríssimos amigos. Um verdadeiro complô para que eu deixasse de usar PHEBO... Sinto muito! Mas a estratégia não funcionou. Absuuuuuuurdo, me senti uma quase Salada de Frutas. Muito pior, a própria Carmem Miranda com uma fruteira na cabeça. Sim, verdade. Tinha sabonete de tuuuudo quanto era tipo de frutas: manga, pitanga, cupuaçu, maracujá, castanha e até de andiroba e priprioca! Geeente! Cheguei a pensar o pior: "Será que não estão querendo me matar com sabonete envenenado de andiroba com priprioca? Corri imediatamente na Wikipédia pra ver do que se tratava. Então, foi aí que me senti aliviado, pois descobri que Andiroba é uma planta medicinal da região Amazônica que serve para fazer velas que ajudam a repelir o mosquito da dengue (Oxe! como assim? imagina se vou usar um troço desses) e Priprioca, uma planta de raízes aromáticas, também nativa da região amazônica, mais conhecida como Piripirioca ( será que tem algo a ver com o "mêlo do piripiri" da Gretchen?). E eu pensando que se Priprioca não fosse veneno, seria algo do tipo: A prima distante da tapioca... (Eita Dhotta! Menos, menos... Não dispersa! Não! dis-per-sa.) Tá booom! Agora, no dia que inventarem sabonetes com as plantas nativas do meu sertão, tipo: mandacaru, aveloz e xique-xique, pensarei se vou tomar banho com outra marca que não seja PHEBO. Enfim, para encurtar essa estória, eu sou do tempo do sabonete LUX, REXONA, PALMOLIVE, GESSY, SEIVA DE ALFAZEMA,VALE-QUANTO-PESA, ALMA DE FLÔRES, BIO-CREMA, MYRURGIA (Maja, Maderas, Promesa), EUCALOL, LEVER, VINÓLIA, SOLIS, LIFEBUOY, CINTA AZUL, SENADOR, LAVANDA MEMPHIS, SUPER ORIGINAL, ANN BOW, FRANCIS E PHEEEEEEBO !!! Portanto, Caríssimos e Caríssimas, re-visitem agora os aromas, as cores, as embalagens e as propagandas dos Sabonetes que marcaram "ÉPOCA" nas nossas vidas... Divirtam-se.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

" LEITE DE ROSAS - O PREPARADO QUE DÁ IT ! PORTANTO, BOM DIA BELEZA!!!

Foi no Rio de Janeiro em 1929 que um seringalista de nome Francisco Olympio, juntamente com um amigo farmacêutico, criou a fórmula do Leite de Rosas. Mal sabiam eles que esse produto iria se tornar um componente “básico” e agregado da família tradicional classe média. Qual dona de casa nunca removeu a maquiagem do rosto com ele? Quem nunca viu o pai, o avô, o tio, o primo ou o vizinho da esquina ao lado passando Leite de Rosas na cara após fazer a barba? Sem falar que era um ótimo "desinfetante" para aqueles que tinham problemas de “sovaqueira crônica” (Q foi? Sovaqueira vem de sovaco mesmo meu bem...). Eu mesmo usei - d e s e s p e r a d a m e n t e - esse produto na adolescência para acabar com a praga de espinhas que infestavam meu rosto. Sem falar que o Leite de Rosas tem o cheiro das avós de antigamente... A minha avó sempre usou produtos e cosméticos de prateleira de supermercado e ou Pharmácia... E sempre foi feliz e muuuuuito cheirosa. No máximo, usou produtos da AVON. Enfim, O Leite de Rosas já teve o seu tempo de Glamour, era “O preparado que dá IT”, assim diziam os reclames da época.


BOM DIA BELEZA !...
Hoje, Amanhã e Sempre...


"...Seja uma garota de corpo lindo, fresco e saudável. O tratamento com leite de rosas mantém por anos à fio o frescor e o aveludado da cutiz, dando ao semblante mais feminilidade na delicadeza de uma expressão sempre moça, sempre marota". (Reclame de 1956)
Imagina você acordar todos os dias "linda, maquiada e marota", e depois de um pesadelo horroroso ainda dizer: Bom dia Beleza!!! Geeeente, acho isso o máximo! É como acordar num mundo digno de uma "Tolíssima Alice" no país das maravilhas, né não? (RS!)

O Leite de Rosas foi o primeiro anunciante a mostrar moças em trajes “ditos” menores (biquínes) em suas campanhas publicitárias. E ainda na década de 30, com o slogan “O preparado que dá IT”, o produto entrou nos lares brasileiros, transformando o Leite de Rosas no produto mais almejado da época.
Anúncios da década de 40
  Anúncios da década de 40
O Leite de Rosas na década de 50 - à convite do poderoso chefão dos Diários Associados (Chatô) - patrocinou os primeiros concursos de Miss Brasil na Televisão. Isso quer dizer que: As Misses usavam os Maiôs Catalina, se pintavam com Helena Rubinstein e cheiravam a Leite de Rosas. Eu até acredito que as misses da época usaram o Leite de Rosas. O que não dá para acreditar é na Angélica usando Óleo de Amêndoas Paixão e a Xuxa se lambuzando “toda” de Hidratante Monange... Me poupem! No resto, eu acredito.
A Miss Brasil 1957, Teresinha Morango, foi uma das garotas propaganda do produto na época (ver os reclames a baixo). Sinto e acho importante salientar - principalmente para os “mais jovens” - que Teresinha Morango foi a segunda colocada no Miss Universo de 1957 e NÃO tem nada a ver com a Mulher Melancia ou a Garota Samambaia, tá gente!!!
A Miss Brasil Terezinha Morango
A Miss Brasil Terezinha Morango
Carmem Miranda
Carmem Miranda
Em 1967, o Leite de Rosas deixa definitivamente a sua famosa embalagem de vidro e passa a ser comercializado em frascos plásticos. A primeira embalagem plástica possuía a combinação das cores atuais, porém o frasco era branco e o texto rosa. Logo depois, invertendo-se o jogo de cores (o frasco passou a ser rosa e o texto, branco) cria-se então uma forte identidade da marca. Todo mundo hoje em dia é capaz de reconhecer um frasco de Leite de Rosas à quilômetros de distancia, e o cheiro? Esse nem se fala... Portanto, Caríssimas!!! Usem diariamente o Leite de Rosas e acordem belas e marotas. Boooooooooooom Dia Beleza!!!!!!!!

sábado, 6 de junho de 2009

QUEM SE LEMBRA DO BEBÊ DA JOHNSON & JOHNSON ?

Quem não se lembra desse Bebê? Ele estampou durante muitos anos páginas e páginas de revistas como sendo : “O Bebê da Johnson & Johnson”! E qual a mãe coruja que mesmo tendo “O Bebê de Rosemary” em casa, não se identificou com ele? Geeeente! Essa linda criancinha invadiu o imaginário popular de muitas mães na década de 50, 60, 70... Toda revista tinha uma propaganda com o pôster desse Bebê. E quando você abria as revistas, logo dizia: Aí que coisa mais linda esse Bebê da Johnson's !!! Era o Bebê idealizado por 09 entre 10 mães na hora de parir... Até nos consultórios pediátricos era comum encontrar um pôster desse bebezinho pendurado na parede.
O danado do Bebe era tão lindo que parecia ter sido inventado... E o bom de tudo, é que ele era de verdade sim! E era uma bebezinha. O nome dela era: Magda Solange Ferreira. Digo “era”, porque atualmente esse Bebe é uma linda senhora de 53 anos de idade. E segundo minhas pesquisas, ela ainda mora em São Paulo, cidade onde nasceu.
No início, o método “original” de escolha do Bebê Johnsons era apenas fotografar bebês nas maternidades públicas, e a seleção era feita por um júri. E foi em 1957, na Maternidade Leonor Mendes de Barros, que um dos fotógrafos contratados pela Johnson & Johnson descobriu essa linda criança, uma menina de cabelos loiros e olhos brilhantes. A foto impressionou tanto os jurados, que a menina Magda foi escolhida como o primeiro Bebê Johnson brasileiro.

Numa segunda fase e com um novo formato, a promoção Bebê Johnson’s foi relançada no Brasil. A princípio incluiu apenas o Estado de São Paulo e após um ano, participantes de todo o Brasil puderam concorrer. Os pais eram estimulados a enviar cartas com fotos dos bebês nas mais variadas poses: engatinhando, chupando o dedo do pé, sentado no troninho, fazendo caretas, deitado na grama... Enfim, fotos descoladíssimas dos filhotes lançados ao estrelato. A Johnson & Johnson recebia anualmente mais de 10.000 cartas vindas de todas as regiões do país. As inscrições podiam ser feitas durante 3 meses - de julho a setembro - e a partir daí eram selecionados 10 semi-finalistas que participavam da grande final em São Paulo. Os vencedores iam para a mídia ilustrando anúncios e protagonizando comerciais de TV. Alguns desses bebês Johnson’s conquistaram mais de 15 minutos de fama, como é o caso do ator Matheus Carrieri. A grande final do concurso era realizada durante a Semana da Criança, no Parque do Ibirapuera. O critério que determinava a escolha do “Bebê Johnson” era beleza, graça, proporção de altura e peso, saúde, simpatia e expressão. O vencedor da promoção era considerado, durante um ano, o símbolo da criança brasileira. Em apenas cinco anos de existência da promoção – entre 1965 e 1969 – o evento se tornou um dos mais importantes na história da Jonhson & Johnson. A grande vencedora do concurso no ano de 1965, foi a menina Ana Helena (foto a cima).
A geração da década de 60 se encantava com a escolha das lindas misses patrocinadas por Helena Rubinstein e pelos Maiôs Catalina. E nesse clima de culto à beleza e glamour da época empolgava-se ainda com a escolha do mais belo bebê do Brasil, que, como as misses, também era coroado. Os bebês recebiam uma coroa dourada, símbolo de “Sua Majestade”. Era um concurso voltado para a classe média, as fotos costumavam ser produzidas em estúdios profissionais. O Bebê Johnson’s da foto, o sergipano Carlos Kleber Nabuco Teixeira Junior, é hoje um senhor de 40 anos. Ele foi um dos vários bebês a receber a coroa de ouro na década de 60, enquanto os demais concorrentes recebiam diplomas e medalhas. Foi assim que o concurso Bebê Johnson’s marcou toda uma geração e constituiu-se numa das ações promocionais de maior requinte de todos os tempos. Um dia o concurso acabou, mas o estigma do Bebê Johnson’s ficou na memória de gerações e gerações que não vivenciaram a promoção. Pois todos nós já ouvimos falar alguma vez em tom de elogio, deboche, ou mesmo saudade: "E num é que ele parece um bebê da Jonhson’s!"
O Bebê Johnson foi referência de criança bem-nascida e bem cuidada. A promoção estimulava a venda de fraldas, xampus, higiapele, talco, óleo, lavanda, sabonete, cotonetes, calças impermeáveis e os alfinetes Johnson’s, aquelas presilhas (broches) que eram o terror de mães e babás que com freqüência espetavam os dedos, e por vezes, não furava o umbigo da criança.
Como ação complementar a empresa distribuía cartilhas com dicas de cuidados durante a amamentação, sugestão de papinhas, formação de enxoval, decoração do quarto, etc. O folheto continha ainda um diário a ser preenchido pelas mamães com informações como peso, altura, dia do batizado, da primeira palavra, do primeiro passeio, primeiros passos, primeiro dente, primeiro aniversário, primeira travessura...
Enfim, registrava-se tudo que o Bebê fazia ou deixava de fazer. Agora! De uma coisa fiquem certos: Pode passar o tempo que for... Mas sempre haverá uma “mamãe coruja” de plantão, disposta a “coroar” seus filhotes como “Os Bebês mais lindos do mundo”, tal qual os saudosos Bebês da Johnson & Johnson.

terça-feira, 2 de junho de 2009

E O JOÃO TEIMOSO NÃO QUER DEITAR !

Um dia eu ganhei um João Teimoso de meu pai. Ele tinha a cara do Zé Colméia e era um boneco de plástico meio duro (existiam também os insuflados, aqueles cheios de ar...). 
Todo João Bobo possuía a parte inferior arredondada e NÃO DEITAVA JAMAIS... Dava raiva!!! Não sei porque me deram um boneco bobo desses... 
Enfim, quando lhe dava uns tapas ele balançava, balançava e voltava para a posição inicial de antes. Sinceramente! Que bonequinho bobo o tal do João Teimoso. Eu como não era um garoto bobo, nunca que iria gostar de bonecos bobos e sem graça. Meus brinquedos preferidos eram aqueles de montar e desmontar, tipo: Pequeno Arquiteto, Poly (que depois passou a se chamar Lego) e todos os outros que possuíam encaixe.
 Olha o João Teimoso aí gente !!!
 Pode balançar que ele não cai e nem deita...
Mais um dia, cansado de possuir um boneco tão teimoso e tão bobo como aquele... Resolvi então fazer uma “GRANDE” cirurgia no pobre coitado. Geeente!!! Q foi?? Não me olhem assim. Juro que "na época" eu tive a melhor das intenções. Pensei comigo: É hoje que vou curar a teimosia desse danado! Santa pretenção... Logo EU? Curar a teimosia do João Teimoso... Me poupem!!! No fundo eu já sabia que a cirurgia seria irreversível. O boneco iria ficar sequelado para o resto da vida. E foi o que aconteceu. Peguei uma faca peixeira na cozinha, abri o boneco ao meio e descobri o segredo de tanta teimosia: Sua base arredondada era feita de ferro com enchimento de areia. Vê que coisa mais boba!! E ainda levei uma surra da minha tia por ter destruído o boneco. 
E quer saber a verdade? Fiquei com remorso SIM! Pois um enorme sentimento de culpa me invadiu a alma. Me senti o próprio Jack, "O estripador de João Bobos". E hoje eu já acho o João Teimoso super engraçado e nostálgico. Tenho pretenções de um dia colocar na minha sala um João Teimoso bem "grandão". Porque não?? Quem sabe algum designer cool vai desenvolver um João Teimoso com cara de Toy art ou estilo Retrô. Imaginem! Apês descoladíssimos do mundo todo se utilizando do João Teimoso... Seria o máximo!