Confesso sem a menor cerimônia: Adoro o charme retrô dos Pingüins de geladeira! Eu crio um, sabiam? Ele "ainda" possui trema na letra Ü, é de louça e mora em cima da minha geladeira... Pronto, falei. Há quem ainda o considere brega. Mas eu? Não! Particularmente, acho o “Spheniscus magellanicus geladeirum”, ou melhor, o Pingüim de Geladeira, o maior “monumento vivo” do retrô pós moderno. É certo que até bem pouco tempo ele era considerado um “bibelô” de extremo mau gosto. Mas os Pingüins retomaram seu posto nas cozinhas do mundo inteiro e agora são vistos como “cult”, “kitsch” e “Super Mega Retrô”. Colecionadores afixionados por pingüins vasculham antiguários atrás dos modelos dos anos 40, 50, 60 e 70. Com direito a origem e pedigree devidamente comprovados. E o bom de tudo isso é que mesmo amados e ou detestados, os pingüins permanecem lá, bem no topo das geladeiras... Mas como é que eles, os pingüins, foram parar lá? Dizem que no começo da produção dos antigos refrigeradores (década de 40), as geladeiras possuíam acabamento parecido com grandes armários e ocupavam muito espaço, bem diferente das atuais. E isso demandava um grande esforço por parte dos vendedores, que faziam de tudo para chamar a atenção da freguesia e alertar que aquele “móvel” era uma geladeira e não um armário. Pensando nisso, a fabricante americana “Kelvinator” passou a enviar estátuas de pingüins para os lojistas. Os tais pingüins deveriam ser colocados sobre as geladeiras chamando a atenção dos compradores e reforçando a idéia de que aquele produto era uma geladeira. A idéia deu super certo e caiu no gosto do consumidor. A partir de então os compradores pediam para levar junto com a geladeira, o pingüim. E daí o pingüim tornou-se um brinde meu bem.. E a tal estratégia de marketing acabou se espalhando mundo a fora. Simples não?
Bom, para ser mais exato, eu convivo com os pingüins de louça desde menino. E, que eu lembre, sempre mantive uma ótima relação com eles. Minha irmã mais nova é que implicava com o coitado. Existia um na minha casa e “outros” espalhados pelas casas das minhas avós e tias. Na verdade, os pingüins de louça decoravam 9 entre 10 refrigeradores pelo Brasil a fora. E tornou-se um objeto obrigatório nos topos das geladeiras das casas dos anos 50/60 e 70. O autêntico pingüim de geladeira era de porcelana, nas cores preto com branco, media uns 25 centímetros (altura) e tinha bico e pés dourados. A moda “pinguiniana” deu origem a outros tipos de acessórios para geladeiras, como por exemplo, o pingüim feito de pano (com enchimento de espuma) ou confeccionados em crochê, que vestiam as alavancas das portas das geladeiras, que na época, insistiam em dar choques elétricos na família inteira. E tem mais, até brigas familiares foram provocadas para decidir quem ia ficar em cima do refrigerador... Se o pingüim, Santo Antônio ou o São Jorge Guerreiro. Enfim, aqui no Brasil, dizem que a moda do pingüim só começou na década 50, quando era super chique e elegante ter uma geladeira em casa. Décadas depois, quando as geladeiras se popularizaram e perderam seu status, os coitados dos pingüins também despencaram socialmente, e quase foram expulsos das cozinhas. Mas como o tempo transforma conceitos, e aquilo que um dia foi considerado brega, torna-se “kitsch” logo, logo.... Como é o caso dos pingüins de geladeira atualmente. Hoje você já encontra pingüins estilizados, com cachecol envolto no pescoço, tomando chopp, de gravata e até pingüim funkeiro. Eu, particularmente, gosto do pingüim clássico, aquele bem tradicional e sem “riquififes”. Afinal de contas não é todo “Bibelô Antártico” que tem potencial para ressurgir do passado e se tornar “cult”. E por falar em resgates... Adoraria ter um Anão de Jardim!
27 comentários:
Meu querido,
Mas que subtítulo tranchã este novel do Caríssimas,hein? Eu saí contrandançando pelo melodial candenciado: eita língua porreta essa nossa,que nem estamos nas campesinas das métricas e já somos poetas num átimo do dizer no vergel de estilo.
A ironia das reviravoltas sociológicas em que objetos podem demarcar toda uma época resumida num bibelô: o que fora tido como cafona,ressurge em "glamour" revigorado do "up to date".
Mas,os pingüins d'antanho são mais charmosos na sua inerente condição de genuíno "kitch".
Postagem supimpa,parabéns,pois em vindo aqui não deixamos morrer a nostalgia,hoje transformada na memória sépia do que passou...
Abração.
Parece mentira, mas resgatei o pigüin da geladeira da casa dos meus pais.
Sabe a quem minha mãe tinha dado o danadinho? À Lourdes de Joaquim Amarelo. Ela voutou a trabalhar conosco, lá em Itapetim. Certo dia estive conversando com ela sobre a saudade que sentia de tantos objetos que minha mãe havia se desfeito.
Eu me lembrei,também, de quanto fui má, no egoismo tão próprio da juventude,quando muitas vezes dizia:
-Santo Deus, mãe, tira isso daí, isso é muito cafona!
Agora ando atrás de quem ganhou o que eu mesma aconselhei que jogasse fora.
Estou feliz com o pingüim de volta, Lourdes devolveu numa boa.
Ele agora tem outra função: Aquece o coração na hora da saudade!
Já tirei a foto dele, todo garboso, contente, e feliz porque voltou para casa.
Só não sabia que agora é "in", nesse caso vou trazê-lo para Recife, rss
Adorei tua crônica, principalmente este estilo próprio e inigualável com que escreves.
Beijos, amigo!
Oi Marcos.
Gostei da sua lembrança dos Pinguins de Geladeira. Na minha casa também tinha um em cima da geladeira e também um em forma de luva encaixado na tranca da porta conforme você descreveu.
Também tínhamos no banheiro peixinhos de louça pendurados em pregos nas paredes, pois os azulejos iam somente até metade da parede do banheiro e assim na parte superior da parede ficavam os peixinhos de louça.
Parabéns mais uma vez pelo belo texto que me trouxe grandes lembranças.
Um abraço.
Marcos, mais uma belíssima e oportuna postagem. E sabe que pinguim de geladeira, dos legítimos de antanho, também são disputados pelos mais jovens? Meu finho tem um sobre a geladeira dele. Quanto ao anão de jardim... Tinha um amigo que tinha a coleção completa no jardim dele: a Branca de Neve e os sete anões. Um dia, um grupo de amigos, desses que não têm nada prá fazer a não ser atazanar a vida dos outros, sequestraram um dos anões, para ver no que dava. Nossa! Quase deu briga. Trataram de devolver o anãozinho bem rápido!
A minha casa acho que era uma das únicas a não ter pinguim em cima da geladeira, pq na época já estavam "saindo de moda".
Foi pra minha lista de desejos não realizados, junto com a jarra de suco em forma de abacaxi e tantos outros objetos que fizeram parte da minha infância.
Marcos, seu texto é um primor! confesso que nunca tive um pinguim de geladeira, já fui muito além disso, eu já quis SER um pinguim,kkkkk. Acho que são lindos, elegantes, adoro ver o jeito deles andarem, vez ou outra assisto documentários sobre os mesmos. Tá vendo, como a gente se revela nesse mundo bloguístico, kkkk.
Um abraço
Há alguns anos eu comprei um em Itaipava - um daqueles com o bicquinho dourado, le pinguin par excellence... Fui guiado por minha amiga Gabriela, conoisseur de kitsch e cafonálias, e assim o trouxe com muito orgulho para Viena, onde este senhor habita o alto da minha geladeira branca. Adoro, doro, adoro...
Bom, amigo que voce reapareceu... já estava com muitas saudades dos teus escritos MARAVILHOSOS!!!! O dos champús indiquei para muita gente... todos amaram voce e esse estilo tao pessoal, tao inteligente... Um abraco forte do "fa de carteirinha" Ricardo
Ai, que coincidência. Pinguim de geladeira foi o assunto na casa da minha mãe ontem. Ela tem 74 anos e ainda mora sozinha em um apartamento, próximo a mim. Quando chegamos lá, a novidade dela foi nos apresentar uma família de pinguim que acabara de comprar, lá no bairro comercial, onde se atreve a ir sozinha e de ônibus. Nem deu pra brigar com ela por causa disso, a alegria do seu achado era tanta que a gente compartilhou. Ela havia ganhado um da neta, minha filha, e quebrou-se. Desde então a sua busca por um pinguim foi grande. Os pinguins que comprou, semelhante ao quebrado, não é do tradicional, mas desses pinguins moderninhos que estão voltando repaginado à moda sobre as geladeiras. Um grande abraço, meu querido. Seria até um clichê eu dizer que adoro as suas histórias, tão gostosas de ler.
Acredita que eu tenho em minha casa um q foi de minha avó? Um daqueles originais, quando o bico e as patinhas eram douradas ... acho super lindo e charmoso ...
Marcos, eu não conhecia a origem dos pinguins de geladeira. Adorei seu tópico! Já tive pinguim em geladeira há algum tempo atrás. Aliás, amo os pinguins. Beijos floridos da Ursa! :))
Adorei a sua visita no meu blog e claro estou aqui novamente pois virei fã aqui do seu blog.
Amo pinguins e na minha casa sempre teve e na casa da minha vó também.
Agora o que é uma pena eu não tenho mais o meu pois qubrou e não consegui comprar um que eu tenha gostado.
Mas esse seu blog me viciou, eu ate coloquei ele na pag mesmo do meu blog e fico aguardando novas postagens para vir ate aqui ler..
Um beijão
Paula
www.vilamulher.blogspot.com
Ter um pinguim era tudo de bom! Guarde essa relíquia. Há também da mesma época as jarras de louça decoradas.
Amo de paixão pinguins de geladeira, e não posso te-los não sobrou espaço entre a geladeira e o móvel de minha cozinha para meu inferno astral, eu queria fazer uma pequena coleção deles lá em cima.Quando nos mudamos para uma casa no interior(iiiiiiii faz temo isso) o assoalho não suportava o peso do piano e ele ficava na copa e na última foto de minha mãe ainda no plantea aparece a geladeira dela e o adorável pinguim ,que todo mundo chamava de brega!Que fim levou aquela gracinha...
você ja reparou que as coisas tidas como brega estão voltando?Anão de jardim, sapinhos,minhocas,cogumelos ah!graças as lojas 1,99 antigamente era caríssimo eram feitos de cimento mesmo.
Nunca tive um Pinguim de geladeira, nem na casa de meus pais, nem na dos meus avós, mas claro que me lembro deles e sempre os achei simpáticos. Teve uma época que até andei procurando por um, mas não encontrei o que queria e deixei para lá.
Lembro de cada coisa quando venho aqui...srse Adoro.
beijos
Para mim, eles nunca perderam o trono. São bonitos e charmosos. adoro.
Abraço
Olá Marcos, obrigada pela visita e pelo carinhoso comentário viu!!
Sabe, ainda esses dias eu estava falando pras minhas filhas que a casa do meu avô era um verdadeiro museu, no bom sentido, porque todo tipo de antiguidades tinha lá, e eu adorava, eu estava comentando sobre uns quadrinhos que tinham na parede da escada com anjos da guarda velando pelas crianças, sempre atravessando uma ponte ou enfrentando algum perigo!!!, dentre outras coisas... E é claro que os pingüins não podiam ficar de fora né,havia um em cima da geladeira da minha vó, eu até perdi a conta de quantas vezes eu pedi pra eles pegarem pra mim ver(nas mãos) o danado do pingüim adorei a sua lembrança!!, quando vc posta eu retorno para a casa do meu avô,lembrando-me de cada pequeno detalhe que eu amava!!!
Alguns tempos atrás tudo era cafona ou brega, hoje é fofo!!
A casa do meu avô quem diria, se ainda existisse e fosse do mesmo jeitinho seria Cult!!
Ótima semana pra você!!!
Abraços...
Cris....
Olá Marcos!
Gostei da crônica, na casa de minhas avós tinham esses pinguins!
Tenha um abençoado final de semana!
Jeferson Cardoso
Caríssimo Marcos, muito feliz em vê-lo postar novamente, e como sempre uma crônica retrô maravilhosa.
Sabe, também sou chegado em pinguins de geladeira, tenho dois sobre a minha, e saliento, já estão com uma idade avançadíssima, porém ainda desfrutando de saúde invejável.
Agora olhando para minha estante na sala, observei que também tenho um elefante de porcelana na estante, hehe, gosto muito dessas coisas.
Abração meu velho, até outras vezes.
Marcos, nunca tive um pinguim. Lembro de um em cima da geladeira da minha mãe quando eu era criança, depois nunca mais tinha visto até agora que é moda de novo.
Tenho uma cunhada que tem tudo quanto é bicho na chácara dela. Galo e galinha com pintinhos, dálmatas, Branca de Neve e os 7 anões, mas o que ela adora são os sapos. Tem de todos os tamanhos em todos os lugares,rsrsrs.
Bom domingo!
Bjim
Marcos! Pois eu penso da mesma maneira! Eu também crio um. Ele é gordinho e baixinho, mas não vive em cima da minha geladeira. Eu ganhei do meu amor e por isso (por medo de que o quebrem), guardo-o num móvel da minha sala de leitura, numa espécie de nicho com grades e ele me olha o tempo todo em que estou ali.
Os pinguins de geladeira fazem parte do memorial de minha infância, das delícias que minha avó e tias-avós guardavam em suas geladeiras Frigidaire e que eram nossa sensação ao chegarmos em suas casas! Bom demais!
Um beijo!
confesso:
vou cair dura aqui de inveja! rsrsrs
a próxima vez que eu for à casa da minha mãe, roubo um dela! rsrs
mamãe teve geladeira vermelha, mas eu gostava da amarelo ovo da minha vó!
em cima da minha tem um papai neolzinho. tadinho, não tem lógica eu guardá-lo o ano todo...
:D
bjs, querido.
ah, vc não podia faltar aqui:
http://vemcaluisa.blogspot.com/p/sorteio-de-livros.html
Marcos: e quem de nós não conviveu com um pinguim de geladeira?? Pelo menos quem de nós que vivemos a infância dos anos 70? E acredito até que ele trazia boas energias pois na geladeira da minha mãe, nunca faltou nada! Agora pensando, pode ser um símbolo associado à fartura!!! Voltarei a usar aqui na minha casa. Aliás, quero te convidar a-go-ra: vem passear aqui em Abadiânia, Goiás, terra do médium João de Deus, eu tô morando aqui. Olha só é uma pena mas não consigo mais entrar no seu outro blog, o da "porteira" tá fechada, viu? Adorei a sua postagem sobre estudar nos anos 70 e tinha até a canetinha silvapen!huahauhauhauhauh Demais Dottha, não tem pra ninguém, é você o CARA!! Bj, Dani
conheci seu blog há pouco tempo, ADOOOOREI!!! ACOMPANHO...
Selinho pra vc em meu blog:
http://sentimentosad.blogspot.com/2011/06/obaaaaaaaaaa-ganhei-um-selinhooo.html
Seu texto é muito interessante. Eu nunca tive curiosidade em ter um pinguim na minha geladeira.Mas conheço pessoas que tem. Eles são lindos, tem muita elegância, e dizem que dão muita sorte. Parabéns pelo blog e pela postagem. Um Abraço!
Olá, Marcos!
Vir aqui, e apreciar seus posts, é uma forma de resgatarmos tanta coisa que vivemos, e que ás vezes, já caíram no esquecimento.
Quem não conheceu, ou conviveu, com os Pingüins, na década de 70? Eles fizeram parte da nossa história!
E concordo com você, são "posudos" mesmo? kkk
Muito legal, Marcos!
Grande abraço
Socorro Melo
Muito interessante o seu blog. Gostei.
Abração e apareça.
O Falcão Maltês
Um excelente fim de semana para você!
Abraços.
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