Quem brincou com bonecas de papel em sua infância certamente nunca se
esqueceu! As bonequinhas eram todas desenhadas, vestindo apenas roupa básica. As
roupas e acessórios vinham em separado, com abas sobre os ombros e outros
pontos do corpo para serem dobradas sobre o corpo da boneca, como forma de
sustentação. As bonecas traziam (e certamente ainda trazem!) em geral um conjunto de
roupas, podendo ser trocadas e alternadas, entre saias, calças, blusas,
sapatos, chapéus, bolsas, vestidos de baile, época... Enfim! Um exagero rumo à
imaginação daqueles/as que amam as Bonecas de Papel.
As
bonequinhas de papel com suas roupinhas - recortáveis e montáveis - como hoje
as conhecemos, começaram a ser difundidas na Europa há muito tempo atrás. Lá pelo
final dos idos de 1700, onde as primeiras bonecas de papel - verdadeiras -
foram confeccionadas nos grandes centros urbanos de Viena, Berlim, Londres e Paris. Eram
figuras pintadas a mão e trajes criados para o divertimento de adultos ricos.
Alguns acreditam que tenham sido feitos por uma costureira para mostrar formas
reais, ou podem ter sido feitos como sátiras sociopolíticas das figuras
populares da época.
No ano de
1791, uma propaganda de Londres anunciou uma nova invenção, então chamada a
boneca inglesa. Era uma figura de uma jovem, com oito polegadas de altura, com
um guarda-roupa completo de roupa íntima, acessórios para cabelos e seis
conjuntos de roupa completos. Bonecas semelhantes a esta foram vendidas também
na Alemanha. As bonecas de papel só passaram a ser produzas em larga escala e
para as camadas mais populares no início do século XX.
Nos anos
1900 houve uma febre das bonecas de papel nos muitos setores voltados para a
mulher e a criança, como revistas femininas e infantis. Elas passaram a
aparecer também nos cadernos femininos e infantis de diversos jornais e outras
publicações. Muitos artistas dedicaram-se anos a fio à criação e publicação das
bonecas.
A era de
ouro das bonecas de papel ocorreu entre as décadas 1930 e 1950, quando sua
popularidade atingiu índices nunca superados. Mesmo durante a Segunda Guerra
Mundial elas continuaram sendo fabricadas, apesar da escassez de papel.
A
primeira boneca comercial foi fabricada em Londres (1810) por S&J Fuller, e
chamava-se Little Fanny. E a primeira boneca de papel produzida na América foi na cidade de Boston (1812) por J. Belcher. Nos anos 1820, conjuntos
de bonecas eram produzidos na Europa e exportados para crianças de famílias
abastadas em outras partes do mundo. A primeira
boneca de papel retratando uma pessoa famosa foi da bailarina Marie Taglioni,
nos anos 1830 e nos anos 1840 foi publicada outro conjunto retratando desta vez
a bailarina Fanny Elssler. E nesta mesma década foi publicada a boneca da
Rainha Vitória. Atualmente estas bonecas são consideradas valiosas raridades.
Não sabemos
ao certo quando as bonecas de papel aportaram aqui no Brasil. Acredita-se que na
década de 30 elas vinham de Paris e eram vendidas em lojas de
brinquedos.
Anos 40.
Anos 40.
Anos 50.
Numa época onde as Barbies eram
um luxo ao alcance de quase ninguém, poucas coisas deviam ser mais divertidas
para as meninas, moças ou donas de casa quanto vestirem suas bonecas de papel.
Alguns estudiosos da história das
bonecas de papel atribuem ao surgimento da Barbie como causa do declínio na
popularidade das bonecas de papel na década de 1960. Será? Contudo na década de 1990, a Barbie foi uma
das bonecas de papel mais populares entre crianças e colecionadores. Sem falar que as versões da Barbie em papel e
de sua irmã, Skipper, foram amplamente comercializadas nos anos 1970 para
suplementar suas parceiras tridimensionais. O namorado Ken também foi vendido
no formato de papel. Não vamos culpar a coitadinha da Barbie, tem espaço para todo tipo de boneca, né mesmo?
Anos 60.
Anos 60.
Anos 60/70.
Anos 60/70.
Anos 60.
Anos 60.
Anos 60.
Até no Japão elas fizeram sucesso com as bonequinhas vestidas de gueixas.
O que eu
acho bom nesse universo das bonecas de papel é que elas são um estímulo à
imaginação da criança, tal quais as ilustrações dos livros, estimulando-a sem
dar todas as respostas, cabendo à criança completar a criação com seu
imaginário próprio.
Estas bonequinhas de papel (conhecidas como cabeçudas) eram comuns na década de 70.
Bonequinhas de papel da Sarah Kay... Outra febre nas décadas de 70/80.
As celebridades e as estrelas de
cinema eram muito populares e retratá-las era muito simples nos anos 30, 40 e 50,
quando não haviam sido regularizados os direitos de reprodução.
As estrelas de cinema e suas
imagens eram geralmente propriedade dos estúdios, e elas mesmas nunca viram a
renda de sua venda como bonecas de papel. Com as imagens de celebridades
protegidas hoje pelas leis, um editor deve pagar horrores pelos direitos de reproduzir
nossas estrelas favoritas no formato de bonecas de papel.
Imaginem poder construir todo um “star
system” somente com divas de Hollywood, todas em papel Kraft. De um lado, as
Divas, Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Grace Kelly... Todas de roupas íntimas
à moda da época e, na página ao lado, um guarda-roupa completo com pequenas
abas para dobrar e prender. Um luxo, não.
Fala-se
até de uma "época de ouro" das bonecas de papel. Teria começado no final dos anos 30 e se estenderia até os anos do pós-Segunda Guerra; eram
muitíssimo populares porque o papel tornara-se um produto acessível, bem mais
barato que nos anos anteriores e o estrondoso sucesso em todas as casas, como já foi dito a cima, eram as
bonecas de celebridades, principalmente das estrelas do cinema. Como essa abaixo: Nossa querida Audrey Hepburn.
Audrey Hepburn
Elvis Presley
Marilyn Monroe
Lauren Bacall
As roupas da Lauren.
Grace Kelly
Grace Kelly
Barbie e o Ken
Vestir o Presidente dos EUA e a Primeira Dama é coisa para poucos. Só mesmo em Paper Dolls... RS!
Jackie e John Kennedy
Gwyneth Paltrow
Nicolle Kidman
Atualmente, o formato das bonecas de papel é
usado em diversas formas de arte e diversão. As bonecas e bonecos de papel vêm ganhando espaço entre
as crianças, nos dias atuais, na forma de personagens já conhecidos e de
pessoas famosas. Elas também já encontraram seu espaço na Internet e no formato
digital.
Imaginem você continuar vestindo a realeza britânica, primeiro foi a Rainha Victória e agora William e Kate. E o bom de hoje em dia, com os recursos da internet, a
brincadeira ficou melhor ainda, pois podemos imprimir, cortar e brincar à
vontade. E se rasgar, é só imprimir de novo. Simples assim... kkkkk!
6 comentários:
Olá Marcos!
Essas bonecas eram meu sonho de consumo na infância, tinha muitas delas e fazia uma modesta coleção... mas como eram de papel e eu uma criança, nada sobrou, infelizmente!
E, o pior é que não se encontra mais disso para vender como antigamente, nas bancas de jornal e revistas, uma pena!
Recentemente meu namorado, sabendo que eu adoro, trouxe uma dessas. Ele tem banca de jornal e a editora abril lançou uma revista com duas bonecas grandes , contendo um armário e uma coleção de várias roupas que, voce pode guardar no armário depois de recortads, tudo em papel brilhante , com impressão bonita ( impressa na China, imagine)... mas sendo sincera, não tem o charme das antigas.
Adorei essa sua publicação, trouxe ótimas recordações e, adorei a do Elvis e das outras celebridades, não conhecia essas.
Abraço, tin
Acho que meu último comentário não foi , então... eu falei pra vc aproveitar e deixar os links para imprimir essas bonecas, seria legal hein! ;)
tin
Que bom Cintia que esse meu post te trouxe boas recordações... Gosto quando isso acontece. Para mim é mais um motivo e/ou um sinal para que eu deva continuar pesquisando. Abraço.
Oi Marcos muito legal esse post eu já brinquei com elas e a minha favorita era a Bruna Lombardi que vinha com um roupeiro para guarda as roupinhas.
Um ótimo final de semana.
:)
Eu também tive a da Bruna Lombardi, de cabelo comprido, que saiu numa revista Destaque e Brinque. Era linda! Será que alguém ainda tem e pode escanear para mim?
Meu email é claudialobo_pt@yahoo.com.br
Mas que maravilha de postagem... eu tinha em casa um cartao com uma bonequinha da Nany Reagan (My ten outfits to help change the world) pois ela gostasa de dizer que só usava as roupas UMA vez... quanta decadencia, que coisa políticamente mais incorreta... mas os desenhis eram deliciosos... se encontrar mando para voce!
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