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quinta-feira, 25 de março de 2010

AS "PELADAS" NO MEIO DA RUA .

No meu tempo de menino se jogava “pelada” em tudo que era canto. Meio da rua, terreno baldio, corredores do colégio, sala de aula, garagem do prédio... Não importava se era no calçamento, na terra ou no cimento. Onde tivesse espaço pra bola correr, ali era o lugar. E o pior, na maioria das vezes se jogava descalço em plena rua. Bastava juntar de 05 à 20 meninos e a festa tava feita. Pra início de conversa e de jogo, tudo ou “quase tudo”, se tirava no par ou ímpar. A partir daí se decidiam os times; quem ia jogar de costas pro sol; o placar e a hora de virar (até porque não tinha hora pra acabar a pelada). E os times eram sempre “os de camisa” contra “os sem camisa”. O campo era a rua e as barras do gol eram definidas com pedaços de pau, pedras de calçamento, bolinhos de camisas e/ou as tradicionais chinelas havaianas (uma por cima da outra) nas extremidades.
E essa coisa de dizer que em peladas no meio da rua não tem regras... Mentira! No meu tempo tinha sim! Não eram todas de acordo como manda a FIFA (lóógico!), mas existiam. E mesmo depois das “arengas” e dos “bate-bocas” até que eram respeitadas. Se bem que na maioria das vezes todo mundo era juiz, todo mundo atacava e todo mundo defendia. Mas tudo isso dependia do tipo da pelada. Se o campo fosse só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e calçada do outro lado. Era pelada simples de dois/três toques e nem precisava de um goleiro metido feito eu. Agora se a pelada fosse “clássica”, tomava-se o quarteirão inteiro. Saibam caríssimos e caríssimas, que era preciso muita paciência pra se jogar bola no meio da rua. Uma vez que a toda hora passava carro, gente, moto e bicicleta. A rua era publica, sabíamos disso. Mas a molecada não tava nem aí. Pedestres desconhecidos e bicicletas tinham mais é que passar lá pela calçada ou por outra rua. O jogo só parava no caso de caminhão grande pra cima. O resto, bicicletas, fusquinhas e motos levavam boladas. Abria-se passagem também para as mães, irmãs, tias e avós dos peladeiros. E só!
Outra coisa, ser o dono da bola de couro, era o Máximo. Questão de status! Pois quem a tivesse, jogava no melhor time. Nesse caso não existia essa história de tirar par ou ímpar para escalar o time! O dono da bola escolhia quem bem entendesse. E o restante era desafiado por ele. Quando o guri dono da bola era legal, corria tudo bem. Mas quando o dono era um metidinho e que de repente - do nada - decidia: “Ah! Vou brincar mais nããão...” Daí pegava a bola e ia para casa. Freeeesco! Por isso era sempre bom ter uma bola de reserva. Mesmo que fossem aquelas “bolas de meia” (feitas de meias de algodão com jornal velho por dentro). Na verdade se jogava com qualquer coisa que embolasse. A “secura” por bola era tanta que - na ausência de uma - valia chutar pedra, chinelo e lata vazia. E na escola se chutava: O apagador de giz; o livro de matemática; a caixa de lápis de cor e a lancheira das meninas que sentavam na frente. E no auge do desespero se oferecia até o irmão menor pra servir de bola (lembra disso Alcides Gomes? Rs!).... Êpa! Parou, Parou! Não dispersa Dhotta...
Bom, depois que todo o time era escalado, sempre sobravam os mancos, os de óculos, os asmáticos e os gordinhos. Eu sempre fazia parte da trupe dos excluídos e já estava acostumado. Mas lembro que na época, tinha um menino que ficava “arretado”. É que ele tinha uma perna maior que a outra e não se conformava com a exclusão. Brigava até conseguir entrar no time. E conseguia! Agora, aqui pra nós... De todos os gordinhos excluídos o mais cheiroso, arrumado e penteado, era EU! E quer saber... Sinceridade? Eu confesso: Nunca fui escalado pra jogar no meio de campo por que EU ERA MUITO RUIM DE BOLA. Verdade! E quando entrava no time era como goleiro. Goleiro e olhe lá! Pois só entrava em último caso, quando ninguém mais queria participar. Daí eu ficava correndo de um lado para o outro dentro da barra. Me “amostrando” e fazendo “Pantim” com havaianas enfiadas por entre os dedos das mãos (as luvas, tá!). Como se fosse capaz de receber uma bolada na “caixa dos peito”, impedir um gol e ainda SOBREVIVER... Que nada! Morria de medo de levar uma bolada (bicudo) nos “egss”.
E quanto aos jogadores/peladeiros? Ah! Tinha de tudo quanto era tipo. Lembro de um que na hora da marcação entrava em desespero e fazia valer tudo... Puxar pela camisa, dar rasteira, cotovelada e empurrão. O importante era não deixar ninguém fazer o gol. E tinha aquele que só queria ganhar. Pois toda vez que o time (dele) começava a perder - o bestão - inventava uma “marmota”. Dizia que tava com “Dor - de - Viado”; que tinha “dismintido” o pé ou que estava com câimbra nas pernas. No entanto, existiam aqueles peladeiros descalços que só saiam do jogo quando arrancavam o pedaço do dedão do pé no calçamento... Nesse caso o menino ia pra casa fazer o curativo (esparadrapo, gaze, mertiolato e pó secante). Chorar? Podia não! E quem disse que menino metido a macho nascido no interior do nordeste chora por qualquer coisa? O choro ficava para depois que o sangue esfriasse meu bem.
Havia também os que reclamavam o tempo todo: Foi mãããão! Saiu, saiuuuu...; Não, correu pra foooora...; Foi falta porra!; Foi Penalti, num viu não foi? Seu “fí de rapariga”!... Êpa! Aí a coisa ia esquentar. Pois xingar a mãe do colega era meio passo pra uma briga... Impedimento total (rs!). E tinha os calados que nem pra gritar Ladrão e FDP serviam. Tinham aqueles “limpinhos” que não queriam se sujar e nem dar cabeçada, que era pra não despentear o cabelo. E aqueles que só queriam ser “o tal”, aparecer, traçar, driblar e rebolar... (um fenómeno!). E tinha os “abestalhados” que ficavam narrando seus próprios lances... “E lá vou Eu, passa por um, passa por dois, bateeeuuu... É gooool”. E enquanto meus colegas arrasavam em campo, eu torcia para que o jogo acabasse logo. Não via a hora de tomar uma “Crush” bem gelada no barraco de Dona Dulce. Era muita Emoção... (Rs!).
Pelada de rua só terminava por um único motivo... Mães desesperadas gritando: "Entra agoooora!!!! Já pra dentro. Ta na hora de tomar banho e fazer a lição de casa". Pronto! O mundo acabava ali. Era menino com cara de choro, “emburrado’, “esperneando” e se escondendo... Mas não tinha outro jeito. Se teimasse, era pior. A mãe vinha buscar o guri pelas orelhas (vergonha mortal!). Fazer o que? Tinha que entrar mesmo. Melhor entrar “agoooora”... Do que ficar trancado em casa - de castigo - no outro dia. E ninguém queria brincar sozinho de chute-a-gol na garagem ou no “oitão" de casa. E muito menos ficar batendo penalti com a irmã menor no portão de entrada. O fim! Mas enfim, a verdade é que nossas mães eram inimigas declaradas das peladas de rua. Pois no melhor da festa nos colocava pra dentro. Elas acreditavam que a qualquer hora poderíamos ser atropelados pelo caminhão do lixo ou por um fusquinha desgovernado. Huuum! Sei... Logo nós? Um bando de criancinhas inocentes, “cegas” e desprotegidas que sequer enxergam um caminhão “deeeeeeeeeeste” tamanho. Ah! Mães zelosas, amadas e exageradas.
E quando a bola ia parar em cima do telhado ou dentro do muro da casa de algum vizinho? Nesse caso a gurizada esperava alguns minutos pela devolução voluntária da bola. Caso não ocorresse, um ou mais guris iam bater na porta e pedi-la de volta. Se devolvida intacta, tudo bem. Mas se a bola fosse atirada por cima do muro toda “esfolada”, rasgada e "estraçalhada"... Ia prestar não! Era depredação na certa. Lembro que certa vez a bola caiu dentro do muro da casa de Dona Fulana (não direi o nome porque ela ainda está VIVA). E por azar, ainda “breou” de lama os lençóis estendidos no varal da casa dela... Misericordia!!!! Era tanto “nome feio” que ela dizia que eu tinha até vergonha de escutar. Esculhambava a mãe de todo mundo. E antes que ela botasse a cara por cima do muro e visse quem eram os pestinhas... Ah! “Pernas pra que te quero?”. Era tanto do menino correndo, se escondendo em tudo que era buraco, que não ficava um pra contar a história... Minto. Só ficava eu. O último. Eu e a bola que nem minha era! Eu sempre era o único a ser visto por ela. Também, entre a bola e eu, nem sei quem era mais redondo... Enfim. Gordinho, pesado e sem conseguir correr... Me lascava sempre. Presa fácil meu bem...
Não precisava mais que meia hora e o “fuxico” tava feito. Lá ia Dona Fulana contar o ocorrido pra minha mãe. E para minha mãe não tinha conversinha, nem “estorinha de mais nem menos”. Menino danado nunca tinha razão. E tome chinelada para deixar de ser teimoso. E a coitada da bola (que nem minha era - repito-) foi furada na peixeira, sem dó e nem piedade. Pensei comigo:“Tem nada não... Agora todos vão ver o que é um menino virado no cão dos inferno.” Estava decidido. Resolvi vingar-me de Dona Fulana! Pronto. Então chamei o dono da bola “barbaramente” assassinada (Duda de seu Zé Mendes), e combinamos que no domingo pela manhã - bem na hora da missa - iríamos pular o muro da casa dela e tocar fogo nos panos estendidos no varal. Coisa de menino ruim mesmo!
Dito e feito. Acordei já com a caixa de fósforos “ARGOS” no bolso. Só que chegando lá, o muro era cheio de pregos e cacos de vidro. Vidro de tudo quanto era tamanho e cor. Impossível pular sem se cortar. Ainda pensamos em colocar um pedaço de madeira por cima dos vidros e pular. Mas o tempo era curto e precisávamos agir rápido. Não tivemos outra escolha a não ser atirar pedras, pedras e mais pedras nos basculantes da casa dela... Mas atirar com gosto. Pra valer mesmo! Mas “minino”! Foi tanta pedra, mas tanta pedra... Que nem no tempo de Maria Madalena se viu um negócio daqueles... Não ficou um vidro de basculantes pra contar a estória. Depois saímos correndo feito loucos. Imagina se iríamos perder o restinho da missa. Precisávamos estar lá - bem à postos - junto aos fiéis. Pois assim que a missa terminasse, todos iriam ver o quão “santinhos” éramos. Um álibe perfeito. Digo, quase perfeito... Mas isso é uma outra estória.
Em resumo, NÃO NASCI PRA JOGAR FUTEBOL! Até porque nunca possuí características necessárias à um bom jogador. Sabe aquela intimidade que todo garoto tem com a bola? Jamais tive. Se ao menos tivesse um “tiquinho” de talento, quem sabe? Mas não, era péssimo com uma bola no pé. Não corria nada! Pesado e super lento. Uma bola correndo atrás da outra. Tendeu, né? Mas Deus sabe o que faz... Se tivesse nascido um “fenômeno” pra lidar com a bola, seria metido a besta. Um exagero! E a metade do possível para mim seria pouco. Pois todos os meus gols teriam que ser maravilhosos: Gols de Bicicleta, de placa, chaleira, volêio ou até mesmo algo - “Olímpico” - tipo: Duplo twist carpado, coisa e tal... Mas eu tentei, juro que tentei. Ganhei até um kit completo para jogador: Kichute, bola de couro, meião e camisa do Náutico. Mas de nada adiantou. Sequer fui chamado para jogos ou campeonatos esportivos na escola. Portanto, meu jogo preferido era a leitura e o meu exercício sempre foi o da atividade mental. Fazer o que?

23 comentários:

As Tertulías disse...

que maravilha... que memórias lindas... cada evz fico mais fa do seu blog... "peladas"... só voce para transformar tal tema em algo tao interessante!!!!!bra

Alessandra Alves disse...

Marcos querido, já estava com saudades de suas postagens. Que bom que retornou. Mas eu entendo, entre o "Mundo Virtual" e o "Mundo Academico" não existe um espaço comum. Bom, nunca fui peladeira de rua, mas enquanto mãe, não me sinto inimiga das peladas não,viu. Tu que fostes um garoto treloso.

beijos...

angela disse...

Confesso que nunca joguei "pelada"...rs, mas me lembro dos dedos machucados dos meninos e da farra que faziam. Assisti muita "pelada".
Gostei do seu blog e do que escreve.
Beijos

La Vanu disse...

Caraaaaca, toda infância terá sido igual, Deus meu???
Eu adorava ver os piá jogando pelada no meio da rua naquele chão batido na frente de casa, só paravam se vinha um carro mesmo, moto era nada pra eles.

Escreve mais?!!!!?

Bj

Angela Ursa disse...

Marcos, que bom ter você de volta!! :)) Aqui onde eu moro, de vez em quando, ainda tem pelada. A rua é tranquila porque moro num bairro afastado do centro da cidade. Coisas do interior! Em férias da minha infância, na serra de Teresópolis no Rio, as crianças jogavam também Bandeirinha. Conhece esse jogo? Beijos floridos da Ursa :))

Robson Schneider disse...

Noossa fui longe agora hahahaha
Olha, falando francamente eu detestofutebol!!!mas já joguei pelada sim, e era muito, mas muito ruim... sempre ficava por ultimo também, e claro: No gol hahahahaa
Lembro de uma vez que fui pra "linha" dai num certo momento entrei tão duro (só sabia jogar assim)no meu pai que o coitado acabou no hospital.Rompeu ligamentos imagine?! hahahaha minha carreira acabou junto com esse episódio.
Grande abraço Marcos!

Linda Simões disse...

Dhoooootaaaa!


Menino,voltou com o arsenal reabastecido foi?Eu quase não parava de rir!E quando as meninas iam assistir as tais peladas ou jogos marcados no Maxixão(é assim que escreve?)? Parecia que estavam assistindo a um jogo da seleção!E os meninos se "amostravam" que era uma beleza!Só a andada para o campo, lá no Alto,já era uma coisa absurda! Lonnnnngeeeee!...rsrsrs


Parabéns, amigo! E um abração cheio de saudade


Linda Simões

Pati Araújo disse...

Caríssimo Dhotta!!!

Que bom "ver" vc =)
Tenho três irmãos mais velhos que eu, então... conheço bem essas "peladas". Moro em uma cidade pequena, sendo assim ainda dá para prestigiar esse espetáculo de dribles, gritos e xingamentos rsrs
Uma delícia ler sobre suas recordações, texto envolvente e divertido, valeu!
Estava com saudade, bem vindo de volta ;]

Beijos!

Marcio Kandinsk disse...
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Luiz Marcio Kandinsk disse...

Caríssimo Dhotta

Estava com saudades de você rapaz... Quando sumir assim avisa pra nós né? Estava a pensar que tinhas sido abduzido por algum ET. kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Seja bem vindo meu amigo. Abraços carinhosos do Marcio Do Blog " Farofando"....

Lusa Vilar disse...

Meu amigo, a forma como descreves estas "peladas", tendo como cenário as ruas da nossa terra natal, foi tão real que, vezes por outra, no meio da leitura sacudi a cabeça para um lado e para o outro temendo levar uma bolada. Dhotha, belíssima a tua descrição, quase me arrependo de ter nascido do sexo feminino, eu queria tanto ter tido a liberdade que vocês tiveram!
Fui meio castrada na minha infância, inclusive, como você leu em uma das minhas postagens, nem banho de chuva me deixavam tomar.
Não deixaram a "moleca" que toda criança tem dentro de si extravasar certas maluquices próprias da idade. Como você foi feliz, amigo! Você pode ser um adorável "moleque maluquinho", e hoje como um adorável escritor nos conta com alegria as suas peripécias.

Para você, de Milton Nascimento - Moleque Maluquinho

Vida de moleque é vida boa
Vida de menino é maluquinho
Barra manteiga, rouba bandeira
Tudo que é bom é brincadeira

O menino é dono do mundo
E o mundo não é mais que uma bola
O menino não conhece perigo
Tem um anjo da guarda na cola

Vida de moleque é vida boa
Vida de menino é maluquinho
É bente-altas, rouba bandeira
Tudo que é bom, é brincadeira

O tempo do menino maluquinho
É um tempo que existe só na infância
Mas ele é eterno em todos nós
Ele gruda em nós feito esperança

Vida de moleque é vida boa
Vida de menino é maluquinho
Barra manteiga, rouba bandeira
Tudo que é bom é brincadeira

Veja no You Tube

http://www.youtube.com/watch?v=qd-pk0M8suk

Não deixe de ver "Menino Maluquinho" em:

www.meninomaluquinho.com.br/

Marco disse...

Ah... É por isso que eu gosto de vir aqui... Para lembrar de antigas ternuras. Acho que eu sou um pouco mais velho que você, sou do Rio e você de Pernambuco, mas curiosamente, temos as mesmas referências de infância.
Eu não jogava bola no meio da rua. Onde eu me criei, tinha muito terreno baldio que se transformaram em campinhos de pelada. Hoje não há uunzinho sequer para contar história.
Mas tirando este aspecto, o resto era tudo igual: o par ou ímpar, as discussões "saiu! foi mão! por cima é o cacête!", os mais habilidosos tinham vaga certa, os perebas, só se tivesse faltando gente, as mães chamando a gente ameaçadoramente...
Eu já escrevi mais de um poster falando de meus tempos de peladeiro. Em um deles, cheguei a por foto em que eu apareço com meus amigos de pelada no nosso velho campinho.
Mas foi ótimo relembrar aqui tudo isso.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

Cris disse...

Chegando agora no seu blog e de cara já vou reclamar....rs
Sua penúltima postagem foi em novembro de 2009 e a última de março de 2010.
Isso é sacanagem....rs
Quem escreve com a alma precisa escrever mais para deixar o mundo menos pobre, as pessoas menos órfãs delas mesmas, as almas menos perdidas em caminhos tão enganosos e vazios.
Apesar de ter crescido em meio a bonecas, panelinhas, casinhas, princesas e bercinhos...rs... a sua pelada e TUDo que foi tão real nesse texto, levou-me a minha infância. De repente, me vi em um terraço enorme, rodeada do meu mundo faz-de-conta e feliz da vida porque tinha uma "casinha linda e era hora de fazer a comidinha" !!!!

Quando vc diz que os muros tinhas cacos de vidro e era perigoso pular, levei um susto. Sai do meu passado e vi no que nos transformamos. O mundo que construímos com nossas próprias mãos. Hoje, nossas casas são verdadeiras fortalezas armadas!

Onde está o sonho que um dia sonhamos e mais que isso: vivemos?

Muito legal seu texto. Mesmo.

Beijo pra vc

diario da Fafi disse...

RsrSRSrss

Memórias...
adoro!
Me senti em casa aqui.

Por conveniência e bem estar dos meus neurônios, submeto-me a segui-lo
sem dor na cosnciência.
Apareça sempre.

carinhos....

André R. disse...

Caro Marcos,
adoro o visual e a temática do seu blog! Ja está favoritado =]
grande abraço

Tânia Meneghelli disse...

Caríssimo Marcos...

Que delícia ler esse texto! Não são raras as vezes em que me pego relembrando como minha infância - bem simples também - foi ótima.

Era do jeitinho que você descreveu. Brincadeiras bem simples, mas muito divertidas. Sem aparatos tecnológicos, sem grandes regras, sem frescura! E, caramba, como a gente se esbaldava!

Empatamos também no quesito esportes. Sempre fui péssima nisso! Uma das minhas brincadeiras preferidas, que fazia sempre com minha irmã, era ler, acredita? A gente brincava de ir lendo sem gaguejar. E assim fui me enfiando de corpo e alma no mundo das letras. Pois é... Fazer o quê?!

Muito legal seu post.

Beijoca!

Lidia Ferreira disse...

Nossa viajeiiii, eu era muito moleca adora jogar
bjs
Uma feliz Páscoa para voce e para sua linda Familia
bjs

Jannine disse...

Querido, estava com saudades...sabe eu jogava pelada com as meninas num campo de terra aqui perto (jogava modo de dizer que tenho 2 pés esquerdos, eu gritava feito uma maluca).
Feliz Páscoa para vc e sua família.

Anônimo disse...

Que maneira linda de escrever, mexeu com minhas emoções... tudo perfeito, Parabéns!!
Ana

Socorro Melo disse...

Marcos,conheci seu Blog recentemente e estou encantada. Parabéns! Esse texto " As peladas no meio da rua", me trouxeram muitas lembranças felizes e alegres da infância. Vi diversas vezes meu irmão e a molecada da rua jogando bola, e a sua descrição até parece um retrato daqueles momentos. Grande abraço.

Lua Albus disse...

Podia não jogar bem mas era uma pestinha, não é?! pobre de Dona Fulana, teve que trocar todas as janelas e janelinhas da casa! "que maldade desses meninos..."

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Felicidade seu nome era simplicidade ... lembrei-me também dos jogos de finca no tempo de chuva, das bolas de gude, dos carrinhos de rolimãs, dos jogos de botão e das coleções de gibis ... Saudade ... [cinco letras que choram ... ai ai ... rs]

;-)

ARMANDO MAYNARD disse...

Caro Marcos, grande é a atração que a bola exerce em toda criança. Quando jovem, cheguei a jogar futebol, mas logo desisti, pois na primeira falta que levava, já olhava para o adversário com a cara feia, na segunda já queria brigar, pois não tinha quem me convencesse que não era de propósito. A bola é algo que fascina em suas várias modalidades esportivas, sendo o futebol, pelo menos aqui no Brasil, a que mais atrai a todos. Lembro quando adolescente, nos horários vagos do curso ginasial, meus colegas formavam rapidamente dois times para jogar na quadra do colégio e o interessante é que muitas vezes a bola era feita ali na hora, com uma meia que era cheia de papel, igual à citada por você em seu excelente texto. Se não me engano, a bola de meia era chamada de marreta. Nessa época, gostava de ficar sentado ao redor da quadra, juntamente com o colega J. Santos, mais conhecido por bochecha, vendo o mesmo transmitir o jogo dos colegas, igualzinho como se estivesse fazendo para uma emissora de rádio. Esse meu colega, logo passou a trabalhar em uma rádio da cidade, tornando-se um famoso locutor esportivo. O tempo passou, casei e fui morar em uma rua que tinha muitas crianças, o que para meu filho era uma festa. Só que sempre me aborrecia nos finais de semana, com o futebol em minha porta, que começava logo após o almoço do domingo, quando eu tinha o costume de tirar uma soneca. Era bola no muro, no portão e até na janela do meu quarto, além de abrirem a toda hora o portão para apanhar a bola que caia no jardim. Um dia, abri a porta com muita raiva, para reclamar e quem estava em um dos times, meu filho. Não preciso dizer que daquele dia em diante terminou de vez o futebol na minha porta. Por tudo isso, hoje, bola aqui em casa só no quintal, quando meu neto não está no videogame e na televisão, o som tem que ser baixo, por causa do barulho do apito. Um abraço, Armando.