Fomos embalados pela doce Emmanuelle tanto na música, como em outros sentidos... Ela foi a responsável pela iniciação sexual “fantasiosa” e prematura de muitos de nós... Literalmente, Emmanuelle foi um marco adolescente nas gerações de meninos dos anos 70/80/90. Até hoje eu gosto de rever algumas cenas dos filmes, ouvir a trilha sonora e principalmente, conhecer um pouco mais desta que foi a musa inspiradora, e porque não dizer, a responsável indireta pela bursite de muitos marmanjos de 25, 30 e 40 anos em diante. Ela é atemporal meu bem! Atravessou gerações e gerações de adolescentes e espinhas. E nós, os quarentinhas/cinquentinhas e tal, a vimos no cinema. E os mais jovens? Estes a conheceram nas madrugadas em frente a TV. Como é que é? Vai me dizer que nunca ficou bisorando a noite dentro de casa feito um “tetéu”? Que nunca ficou acordado até altas horas da madrugada esperando começar o cine Privê na BAND.... Hummm, sei!
Essa música de Pierre Bachelet ainda ecoa em minha mente. E sempre lembro da Sylvia Kristel sentada numa cadeira de rattan anos 70, pernas cruzadas e um enorme colar de pérolas envolto do pescoço. Igualzinho ao cartaz do primeiro filme. Ela era belíssima e povoava minha imaginação adolescente. Para mim, ela era a personificação do sexo, mas de um sexo com elegância, glamour e liberdade. Fazendo-me entender que a monotonia dos relacionamentos amorosos, numa sociedade burguesa como a nossa, pode encontrar válvulas de escapes, seja na cumplicidade a dois ou nas experiências casuais homo/heterossexuais. Dizem os críticos que nos filmes de Emmanuelle, protagonizados por Sylvia Kristel, nunca houve lugar para o amor romântico. Será? Eu discordo. Existiu sim, um romantismo velado e quase encoberto. Mas nunca na forma de um anti-romantismo explícito. O sexo no filme é figura, não fundo. E saboreiam-se corpos como se degustasse um bom vinho francês, com classe e estilo. Eu particularmente não acho o filme tão sem afeto assim, ao ponto de não merecer um lugar nas minhas memórias catrevagisticas e românticas. Eu só sei de uma coisa: Emmanuelle me ensinou que eu posso amar quem eu quero e quem eu acho que mereça ser amado por mim. Pronto, e ponto.
EMMANUELLE
Musique: Pierre Bachelet (1974)
Mélodie d'amour chantait le cœur d'Emmanuelle
Qui bat cœur à corps perdu
Mélodie d'amour chantait le corps d'Emmanuelle
Qui vit corps à cœur déçu
Tu es encore
Presque une enfant
Tu n'as connu
Qu'un seul amant
Mais à vingt ans
Pour rester sage
L'amour étant
Trop long voyage
Mélodie d'amour chantait le cœur d'Emmanuelle
Qui bat cœur à corps perdu
Mélodie d'amour chantait le corps d'Emmanuelle
Qui vit corps à cœur déçu
L'amour à cœur
Tu l'as rêvé
L'amour à corps
Tu l'as trouvé
Tu es en somme
Devant les hommes
Comme un soupir
Sur leur désir
Tu es si belle
Emmanuelle
Cherche le cœur
Trouve les pleurs
Cherche toujours
Cherche plus loin
Viendra l'amour
Sur ton chemin
Mélodie d'amour chantait le cœur d'Emmanuelle
Qui bat cœur à corps perdu
Mélodie d'amour chantait le corps d'Emmanuelle
Qui vit corps à cœur déçu
A personagem Emmanuelle apareceu pela primeira vez na telona em 1969 no filme “A Man for Emmanuelle”, estrelado por Erika Blanc. Mas a personagem Emmanuelle só veio “bombar” mesmo, ou melhor, acontecer definitivamente, quando a holandesa Sylvia Kristel assumiu o papel em 1974 (... e pensar que eu só tinha 07 anos na época). Ela conseguiu redefinir e fazer uma outra leitura de Emmanuelle. O primeiro filme, Emmanuelle (1974), mostra paisagens exóticas de Bangkok, na Tailândia. E lóóóóógico! Mostra muitas cenas de nudez e sexo “implícito”, como é de se esperar em uma produção erótica. Mas tudo com bom gosto e moderação. Mesmo diante das cenas de “mile-high-club” e das técnicas ousadas de pompoarismo (uauuuuuu! kkkkkk). Enfim, o primeiro filme de Emmanuelle abraçou o gênero erótico em seu cerne e tornou-se um grande sucesso de bilheteria. Estima-se que o filme tenha sido visto por mais de 750 milhões de pessoas e arrecadado outros tantos milhões de dólares. E a Sylvia Kristel? Ora meu bem... Transformou-se no maior símbolo sexual da década de 70.
Emmanuelle é, indiscutivelmente, um dos mais bem sucedidos filmes no estilo erótico/clássico francês. Chegou a permanecer 15 anos em cartaz num cinema na famosa avenida parisiense, Champs Elisées. E depois vieram as continuações, seguindo todos os preceitos do erotismo e do bom gosto que garantiram o sucesso do primeiro. A começar por Emmanuelle 2 (1975), Good Bye Emmanuelle (1977) e Emmanuelle 4 (1979). Ao todo foram quatro filmes - inteiramente – protagonizados por Sylvia Kristel. Ela parou de interpretar Emmanuelle nos anos 80, dando lugar a atrizes mais jovens, embora continuasse a fazer aparições nos filmes seguintes no papel de uma Emmanuelle mais velha. Na verdade, ela só retornou, pela última vez, em 1992 no filme “Emmanuelle au 7ème cie” (Emmanuelle 7).
A atuação de Sylvia Kristel como Emmanuelle deu seqüência a uma infinidade de “Emmanuelles” que acabariam por consolidar o gênero soft core. A partir dela, Emmanuelle virou uma “saga erótica” meu bem. Começaram a aparecer “Emmanuelles” em produções feitas na Itália, Estados Unidos, Brasil e até no Japão. Na maioria das vezes o nome da personagem era escrito apenas com um único “M”, tipo: “Emanuelle”. Outras vezes a grafia mudava para Emanuella, sugerindo que essas produções não eram autorizadas. Entre as sequências mais famosas está uma série de filmes italianos estrelados por Laura Gemser, que ficou conhecida como a Emmanuelle de um “M” só. Também foi produzida em 1978, na Grã-Bretanha, uma paródia à personagem, com o título de “Carry on Emanuelle ”, estrelado por Suzanne Danielle no papel principal. E quanto à seqüência das “Emmanuelles” autorizadas e com dois “M”, são as seguintes: Emmanuelle 4 (Mia Nygren/1984); Emmanuelle 5 (Monique Gabrielle/1986); Emmanuelle 6 (Nhatalie Uher/1988) e finalmente, o retorno de Sylvia Kristel ao papel de Emmanuelle na telona: Emmanuelle 7 (Emmanuelle au 7ème cie/1992).
E depois vieram as famosas séries televisivas. Aquelas!!!! Exaustivamente exibidas de madrugada no cine privê da Band. Lembrou? Uma delas foi protagonizada por Marcela Walerstein como a jovem Emmanuelle (1992). E teve a participação de Sylvia Kristel em todos os episódios da série. Ela foi uma espécie de Emmanuelle mais velha, mentora erótica da Jovem Emmanuelle em questão. Enfim, a personagem Emmanuelle apareceu de várias formas nos últimos anos, inclusive numa série futurística feita para TV à cabo em meados dos anos 90. Já imaginou Emmanuelle fazendo sexo com alienígenas em pleno espaço sideral? Pois é! Aconteceu. A belíssima modelo Krista Allen protagonizou os oito episódios da série. E finalmente, A Emmanuelle do ano 2000, a atriz Holly Sampson, que para mim, marca a decadência da franquia Emmanuelle para sempre. Ao todo foram realizados 35 filmes da “saga” Emmanuelle, incluindo os filmes da TV . A personagem foi interpretada – aproximadamente – por 10 atrizes. Todas muito bonitas, gostosas e tal. Mas nenhuma delas, ao meu ver, chegou aos pés do carisma da nossa eterna Sylvia Kristel.
Às vezes me pego pensando: Por onde andará Sylvia "Emmanuelle" Kristel e como estaria ela hoje? Mas imediatamente decido que não quero saber. Prefiro eternizá-la em minha memória exatamente como a conheci: Bela e sensualíssima! A minha eterna Emmanuelle.
ETERNAMENTE EMMANUELLE !!!
A nossa eterna Emmanuelle (Sylvia Kristel)
faleceu em Amsterdã no dia 18 de outubro de 2012. Faleceu enquanto dormia, ela
havia sofrido um AVC em junho deste mesmo ano, mas seu estado de saúde já vinha se agravando há um bom tempo. Ela vinha se tratando de um câncer de laringe fazia 10 anos. Só nos resta dizer... Goodbye Emmanuelle!
Assista agora a abertura do filme que a consagrou: Emmanuelle 1, numa dobradinha com a música de Pierre Barchelet... Acesse o link: Para sempre Emmanuelle.
17 comentários:
Vi o primeiro e alguns trechos da serie televisiva e sem duvida o primeiro é imbatível. Primeiro pelo carisma da atriz, depois pelo roteiro, pela fotografia, pela ousadia e pela elegância. Um filme erótico que não é porno.
Bela postagem.
beijos
A música do filme é bonita! Beijos da Ursa
Eu nunca amei Emmanuelle, viu "meu bem". Mas o filme sem duvida marcou uma geração inteira. Na época escutava falar na escola, mas eu era de menor. Só depois de casada é que fui ver... Um filme erótico, delicado sem a pornografia de hoje. Adorei... Emocionante a música, viajei no tempo.
Meu Deus!! Essa musica mexe com nossa libido. Ai, ai,ai... Linda a música. E como era ela linda não? Uma pesquisa maravilhosa que vc fez . Acho que ela participou de uma novela aqui no Brasil não foi? Eu lembro. Causou um frisson danado no Rio. Acho que foi uma novela das oito. Parabéns Marcos! Uma postagem super sincera, elegante e de bom gosto.
belo filme ... lindíssima canção ... meu imaginário de tempos passados sobressaltou ...
bjux
;-)
belo filme ... lindíssima canção ... meu imaginário de tempos passados sobressaltou ...
bjux
;-)
Marcos,
Essa mulher realmente fez parte dos meus anseios adolescentes. Uma linda mulher. Como esquecer de Emmanuelle? Um belo post, me senti meninote de novo. E essa música... Valeu Marcos.
Gil Jr.
Adoro a forma como você se revela. Sempre sutil e enigmático. E esse post traduziu você: "... posso amar quem eu quero e quem eu acho que mereça ser amado por mim". Achei lindo esse trecho. Você é uma pessoa apaixonante.
L.A.J.
Dhotta, menino levado, te confesso que já vi alguns filmes de Emmanuelle, mas isto só aconteceu já numa idade bem madura. Mas o filme que eu assisti em terna idade foi o IMPERIO DOS SENTIDOS.
Certa feita Sônia de Tia Pequena, me chamou para assisti um filme e eu não fazia a mínima ideia do que se tratava o filme, então você pode imaginar como eu fiquei chocada com as cenas que vi.
Enaide Alves.
Oi Dhotta,
Tá, nunca assisti Emmanuelle...mas, já ouvi falar muito, principalmente os meninos no colégio, ahhh tempo bom, tantas resenhas... kkkkkk, os meninos ficavam realmente esperando o cine privê, já era mania de uma coisa e de "outra" kkkkkkk
Postagem excelente, lindas fotos, super sensuais, bons tempos, hoje só nos resta uma "fruteira pornográfica" ¬¬
Ahhh, que música envolvente, hein?
Beijos :]
Marcos,
Você dessa vez soube mexer com nossa memória "velada" em tempos tão proibitivos. Naquela época até nossos pensamentos de adolescente deveriam ser vigiados. Minha mãe mesmo, não me dava tregua. Acho que ela tinha medo que eu virasse um tarado, só podia ser. Quando tava no bem - bom do cine privê da Band, lá vinha ela, bem na hora "H" me pondo pra dormir... Pense na frustação que me dava. Você me emocionou muito com essa postagem...
Hoje os meus filhos (tenho 02 adolescente) ficam grudados na tela do computador até altas horas vendo as "Emmanuelles" compativeis ao tempo de agora. O que em nada se compara com a sensualidade tão bem explorada pelos diretores da época. O gênero pornô/explicito de agora, acabou com os mistérios e a pureza da sensualidade das nossas musas. Valeu Marcos. Obrigado por me fazer sentir e trazer emoções de tão longe. Para mim, EMMANUELLE será eterna.
Emmannuelle
Naturel, timide, attentif et secret
Il se livre nu comme un ver à soie
Il ouvre le mystère, agrandit le temps
Pour que le bonheur explose
Pour que la vie nous unisse
Nos coeurs se confondent
Et nos baisers se meurent dans l'univers.
Bachelet
Comme une voix qui vient de l'aude là. Tu chauffes nos coeurs en chantant,ta voix mélodieuse qui nous emporte dans des rêves infinis
tu nous enflammes avec tes chansons du bonheur.
On te dit mille mercis pour tes belles paroles qui nous donnent du bonheur; En écoutant tes douces musiques qui viennent au fond de ton coeur de poète.
Qui nous guident à travers tes champs de fleurs et de parfums au diapasons de couleurs.
Génial comme tout Bachelet !
Baisers pour toi Dhotta
Eu também nunca amei Emmanuelle, mas amei demais ao meu marido assistindo Emmanuelle. Em 1975 eu tive o meu primeiro filho, em 1980, o segundo e em 1982 nasceu minha filha. Nossas noites de final de semana se transformaram quase que em cárcere privado, não podíamos sair por quase deles. E aí para não ficarmos sozinhos, advinha quem nos fazia companhia? EMMANNUELLE.A sua postagem , o seu jeito elegante de escrever, me fez recuar no tempo e me trouxe lembranças vivas de um tempo em que fui a mulher mais feliz e mais amada da face da terra. Ao som dessa música, eu me sinto com 25 anos, enamorada, apaixonada, jovem e fogosa.
Obrigada, Dhotta, quando eu quiser reviver os melhores tempos da minha vida, voltarei a "Quem não se lembra de Emmanuelle?"
Obrigada, também, a Emmanuelle, quem não a amou se sentiu amada por causa dela. Que saudade, que saudade ...
Pois é, Marcos... Sem querer, Emanuelle faz parte da minha vida.
Aliás, graças ao meu japa, vira e mexe me lembro dela.
Explico: meu avô se chamava Emanuele, nome italiano e MASCULINO. Só que o japa, desde que me conheceu, jamais perdoou. "Hehehe, seu vô tinha nome de mulher. De mulher! Hehehehe!!!".
Já são 25 anos ouvindo isso. Tá bom ou quer mais?!
Beijoca!
Ô se me lembro...
Eu vi o primeiro Emmanuelle no cinema, assim que a censura liberou. Era o comentário da época. A moçada ficava alvoroçada.
Noutro dia, vi numa revista como está a Sylvia Kristel hoje, uma senhora, nada mais que sombra do que já foi. Mas o celulóide já eternizou sua beleza rara.
Bela postagem.
Carpe diem. Aproveite o dia e a vida.
Mélodie d’amour chante le cœur d’Emmanuelle Qui bat cœur à corps perdu Mélodie d’amour chante le cœur d’Emmanuelle Qui vit corps à cœur déçu L’amour à cœur Tu l’as rêvé L’amour à corps Tu l’as trouvé Tu es en somme Devant les hommes Comme un soupir Sur leur désir Tu es si belle Emmanuelle Cherche le cœur Trouve les pleurs Cherche toujours Cherche plus loin Viendra l’amour Sur ton chemin
Eu amava Emmanuelle assim como também amava sua saudosa intérprete Sylvia Kristel. Vi o primeiro filme de Emmanuelle pelo menos umas quinze vezes e tinha em casa os quatro DVDS originais da série todos estrelados por Kristel como a belíssima e inesquecível Emmanuelle. Foram muitos anos de fanatismo e admiração por essa personagem e também pela linda Kristel. Que deus à tenha hoje e sempre. Amém.
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